Pense bem antes de dar o "furo"

Pois é pessoal, a história é boa, parece ficção, mas não é.

Em meados do mês de Fevereiro todo país se solidarizava com o suposto drama da Brasileira e Pernambucana Paula Oliveira. Nos jornais impressos, online, TV e rádio notícias sobre a advogada que teria sofre aborto após ser agredida por neonazistas, na suíça. As manchetes entoavam que Paula Oliveira, empregada de uma multinacional, estava grávida de gêmeos. Todos revoltados, as autoridades, os leitores, os telespectadores, internautas e toda mídia critica o crescimento da xenofobia em todo continente Europeu. Não se ouviu nenhum questionamento pelos meios de comunicação.

Só que dias depois o acontecimento sofreu uma reviravolta de 180 graus (não me corrija, pois se fosse de 360º voltaria ao mesmo lugar). Na verdade a advogada Paula Oliveira não estava grávida e tudo não passou de uma farsa.

Todos veículos de imprensa da Suiça teceram duras críticas à Brasileira, dizendo que são preguiçosos e não fazem o dever de casa, e quem não dá razão a eles? A mídia suíça não é nenhum modelo perfeito de jornalismo.

A imprensa Brasileira ainda assumiu que Paula Oliveira estava acima de qualquer suspeita por se advogada, trabalhar numa multinacional e falar idiomas. Ignoraram a regra básica do jornalismo, que diz que existem pelo menos duas versões sobre um mesmo fato.

A Diferença é que a polícia suíça não divulga nem fotos e nem informações sobre envolvidos para a imprensa antes de investigações iniciais. Na maioria dos grandes meios de comunicação da Europa, vítimas e agressores, mesmo com autorização, jamais têm seus sobrenomes divulgados. Até neste caso, as fotografias da nossa incontestável Paula Oliveira continuam a ser publicadas com o rosto distorcido para evitar que seja reconhecida.

Confiando na credibilidade das fontes envolvidas a imprensa Brasileira errou. Claro que não foi de má fé, pois todos erramos, inclusive a imprensa. Havia todo um contexto que ajudava a dar verossimilhança ao assunto. Não podemos esquecer que os skinheads existem sim, não foi invenção Brasileira.

A vontade de dar o "furo" (no bom sentido...rs) é tão grande, que ao ver o caso, todos os olhos da nossa imprensa se assemelharam aos de uma criança quando ganha um presente novo.

Confesso que, sentado em minha poltrona de o profeta do passado é bem mais fácil, mas ninguém discorda que a imprensa Brasileira errou feio em não fazer o dever de casa.

Menina feia, merece umas boas palmadinhas!

É como eu digo meus caros:

Pimenta no furo dos outros? Arde, dói ... e como dói!

Já fui!