05 dezembro 2010

Afinal é Laerte ou Laerta?

Olá confusos leitores do Pimentas no Reino!
Sacam quem é a figura aí embaixo?

Pois é o cartunista Laerte, que formava junto com o falecido Glauco (assassinado com seu filho Raoni por aquele malucão fanático em 12/03 desse ano) e o Angeli; a tirinha Los Três Amigos:


Laerte, grande referencial dos quadrinhos nacionais vem desde 2009 adotando esse visu meio andrógeno devido a uma baita crise existencial tanto no pessoal, como no profissional (Faustão feelings).
Hoje sente vergonha de quase tudo que produziu em 40 anos de carreira, além da falta de prazer em ilustrar seus cartuns.
Laerte tampouco vê uma luz no fim do túnel.

Pois em se tratando de uma pessoa extremamente debochada em suas tiras, ve-lo adotando o "crossdressing" parece uma tremenda tiração de sarro com a nossa cara.


Pois não é.
A crise bateu, e bateu forte.
Tanto que inverteu a polaridade do cartunista.
Quando a pessoa se pega fazendo a mesma coisa mecânicamente, precisa se reinventar; e foi essa a maneira que Laerte achou para mudar sua figura física, assim como também vêm adotando uma linha mais filosófica em seus quadrinhos, o que até gerou retaliações à sua arte como foi o caso do Jornal Zero Hora que cancelou seu contrato.
Estranho?
Pois vamos tentar entender... Em entrevista para a revista Bravo, Laerte confidencia que o fato de imitar o visual das mulheres certamente denuncia algo que ele se negava a explorar às claras. Começou lentamente, agregando enfeites femininos à indumentária masculina - brincos, colares, unhas pintadas. Hoje, dependendo da ocasião, se veste como mulher dos pés à cabeça, mesmo em lugares públicos, onde acaba passando despercebido. Outras vezes, põe somente uma bijuteria, um esmalte.
"De início, meus filhos, minha namorada e meus amigos chiaram. Agora, já se acostumaram. Ou quase. (risos)"

Para finalizar Laete confidencia que o crossdressing no seu caso, se refere menos à atividade sexual e mais à transposição de limites.
"É uma necessidade imperiosa de perscrutar e vivenciar os códigos femininos. Há ocidentais que se deleitam em investigar o Oriente. Experimentam comidas exóticas, fazem ioga, visitam a China. Da mesma maneira, por que um homem não pode empreender uma viagem radical pelo planeta insondável das mulheres?"

Algo tipo, se não pode vencê-las, junte-se à elas...
Bueno, vou ali aparar a barba e passar um batonzito no más.
Era isso, fui!
(Aloka)

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