Calçadas, esses ambientes insalubres...

Amigos leitores do Pimentas no Reino,

desde a entrada em vigor da Lei anti-tabagista no Estado de São Paulo, andar nas calçadas das ruas comerciais tem se tornado uma missão terrivelmente complicada para todos aqueles que pretendem manter seu nariz e pulmões a salvo daquelas 5 mil e tantas substâncias tóxicas constantes exaladas pelos dependentes dessa droga quando de seu consumo.

Sem considerar a questão da limpeza urbana, seriamente prejudicada com o constante arremesso daquelas fibras de acetato de celulose que compõem a parte que precede o cilindro nicotínico ao chão , tenho certeza que essa concentração de microfocos de poluição nas ruas aos poucos há de acarretar sérios problemas de saúde pública.

Ao meu ver, essa nova legislação é muito tolerante e permissiva. Não basta ser ao ar livre. O certo seria delimitar espaços urbanos próprios, onde, aí sim, as pessoas poderiam praticar livremente seu mau hábito sem submeter os transeuntes ao seus repentes suicidas.

O terrível vício, invenção atribuída aos índios da região das Bahamas, tem que ser ainda mais restrito, a benefício da saúde pública. Proibir a fabricação, a venda e criminalizar o consumo. Criminalizar sim, e com uma pena pesada, afinal de contas, o consumo do mesmo já implica em uma auto imposição tácita da pena de morte, não ?

(Tenho tanta aversão a esse hábito que não escrevo o nome do objeto assassino, nem muito menos dou nome ao verbo que representa esse ato maldito, mas, como espero que os leitores possam ter percebido, estou sendo irônico. Brincando de ser fascista, para ser mais exato. O problema, é que provavelmente, enquanto liam esse texto, muitos fascistas de verdade devem ter tido seus olhos a brilhar de contentamento. Menos mal pensar que fascistas de verdade não gostam de ambientes ideologicamente arejados como o nosso Pimentas no Reino...)