Wanessa e a conveniência de processar alguém

E aí, leitor amigo do Pimentas? Vamos processar alguém?

Lá pelos idos de 2010, eu me recordo deste blog ter sido acusado de homofóbico por um cidadão. A resposta foi simples: nos processe. Estamos até hoje esperando a citação judicial. Ela não virá porque o sujeito definitivamente não tem como provar suas acusações nem nada que o valha...

Processar alguém passa por conveniência, meu caro leitor. Ninguém processa ninguém se não houver alguma conveniência nisso.

Partindo dessa premissa, eu me permito comentar a recém aberta temporada de caça a Rafinha Bastos, elevado a categoria de anticristo do momento, graças a uma piada pouco feliz sobre a cantora (sic) Wanessa, herdeira do talento musical de seu pai, Zezé di Camargo. E sim, isso foi ironia.

Rafinha está sendo processado por ter dito durante uma edição do CQC que "comeria ela e o bebê", numa clara alusão a um possível alcance peniano do mesmo, em caso de relação sexual com a tal moça que porventura está grávida. Se tem graça ou não, pouco me importa. A piada em si é o menor dos fatos, agora.

Acontece que por causa da tal piada, Rafinha Bastos 1) está sendo processado pela cantora e 2) foi suspenso do CQC pela Band.

E eu divido com você, leitor amigo, minhas dúvidas acerca do caso...

1 - A alguns anos, quando Gugu ainda apresentava o Domingo Legal, recebeu a visita de Zezé di Camargo, Luciano, a então desconhecida Luciele, Wanessa e outros parentes. Durante o programa, no qual várias vezes Zezé exaltou o talento de Wanessa enquanto dizia que a outra filha "não é nada" (no sentido de que ela não era artista, e eu nem sei o que foi feito da garota), o cantor (sic) deu a seguinte declaração sobre Wanessa: "É... ela é bonita... ó... se não fosse minha filha, eu... ô!". Por que, eu pergunto, naquela ocasião, ninguém cogitou processar o pai da moça que fez essa insinuação em relação a própria filha? Pai pode? Estamos na Rússia? Porque sinceramente, mais claro, impossível.

2 - A Band suspendeu Rafinha Bastos, motivada pela intervenção do marido da cantora e de seu amigo Ronaldo Fenômeno. E quando o Sr. Boris Casoy humilhou de forma absolutamente desnecessária e vergonhosa os garis e demais trabalhadores brasileiros no intervalo do Jornal da Band, porque a emissora também não o suspendeu? Se for com um gari, pode?

Casoy humilhando pobres, tudo bem. Rafinha fazendo uma piada (que eu não estou discutindo se é boa ou não) com uma pseudo-cantora grávida, não pode...

Processar alguém passa invariavelmente pela conveniência, amigo leitor. Censurar, suspender e coisas afins, pelo visto também.

Haja pimenta pra temperar tanta hipocrisia...