03 fevereiro 2011

Há vida após a deficiência? Não no Iguatemi.

E aí povo do Pimentas, tudo certo?

A notícia de que um shopping foi condenado por barrar entrada de cego e cão-guia te espanta? Besta é tu.

É normal que as pessoas não conheçam os direitos dos deficientes, essa parcela da população que consome, assiste, torce, namora, frequenta bares e restaurantes, tem plano de saúde, transa, morre. Saca, gente normal, mas denominada "portadora de necessidades especiais".
Pausa: necessidades especiais? São cocôs de ouro? Ou se referem a necessidades como caviar, bolsa Louis Vitton e tênis com 300 amortecedores?

Continua.
Tá, o segurança desconhecia a lei que dá direito à pessoa cega de entrar em qualquer lugar com seu cão-guia. Direito de ir e vir, saca? Pois é, tudo bem, o segurança não foi treinado - diferente do cão-guia, diga-se de passagem. Mas e o bom senso? E olhar pra placa de identificação do cachorro, olhar pra óbvia dificuldade de locomoção da pessoa conduzida pelo cachorro? Ou será que o Iguatemi tem um estacionamento especial pra cães-guia enquanto uma pessoas treinadas acompanha os cegos e semicegos? Fofos, cão-guia é um bicho limpíssimo, não duvide disso. E quando a lei diz "todos os locais" inclui restaurantes e praças de alimentação de shoppings, aquele lugar onde as crianças correm por tudo, enfiam a mão em tudo e depois comem um McLanche Feliz sem lavar as mãos.

Já tô cansada de descobrir que uma casa noturna se vangloria de ter banheiro adaptado para o uso de cadeirantes, lá no segundo andar, depois da longa escada em espiral. E o cadeirante vai como, levitando?
Bancos que se vangloriam de rampas de acesso e pessoal treinado para atender deficientes e idosos, mas o caixa automático tá lá, na mesma altura, e com funções touchscreen.

Tudo isso se resume em um ponto: ninguém olha pro outro, a não ser para fins de acasalamento ou querendo roubar. O comércio não tá preparado pra atender, ou melhor, pra receber pessoas que precisam de um pouco mais de atenção ou paciência. Não dá tempo.

Bom, vou ali desviar de algumas placas na calçada pra conseguir chegar na farmácia, té mais.

Um comentário:

  1. "É, o importante é cuidar de si e que o resto se exploda". Ah, tô cansada disso! Não tolero nem piada mais, pq é na base da piada que os fracassados se fortalecem. E é obrigação sim, de quem trabalha com o público, estar ciente de legislação. É obrigação do poder público legislar e fiscalizar. E é nossa obrigação de cidadão mostrar e cobrar providência.
    Ana, ainda bem que foi tu que escreveu sobre isso, viu? Além do que a gente já sabe, só tu pra ter tanta competência pra dar leveza em um tema tão asqueroso!
    \o/

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