26 fevereiro 2011

E agora? A criança veio sem manual de proprietário...

Olá fraternais amigos do Pimentas no Reino!


Pois bem, venho trazer hoje à vocês, um assunto que faz parte do meu cotídiano, muito embora eu não aborde com frequência aqui no blog...
Educação Infantil.

Já vou logo avisando que nada do que falo aqui, deve ser tomado como uma verdade incontéstil.
O fato é que sou pai de dois bebês, que vêm drenando minha energia de uma forma que nunca concebi ser possível...

As preocupações com o bem estar deles, a  saúde, se eles fizeram ou não cocô naquele dia, se devo ou não forçar a criança a falar, o gasto absurdo com fraldas, leite em pó, roupas que em um mês já podem ser descartadas devido ao crescimento, se atirar no meio da loja berrando porque querem algo; tudo isso e mais um pouco, fazem agente repensar esse negócio de ser pai ou mãe. No meu caso, pai.
Digo ser pai na concepção ideológica da palavra.
Porque é muito fácil você meter o pinto dentro de uma vagina qualquer, e daqui a nove meses ficar que nem paspalho na sala de espera da maternidade pra ver uma criança estranha, registrar no cartório e depois pagar uma pensão micha achando que tá fazendo grande coisa.
Qualquer idiota e qualquer cretina podem ser pai e mãe. Não tem escapatória...
A seleção natural às vezes intercede, mas não ajuda muito.

E aí, quando a responsabilidade chama, você tenta se agarrar com unhas e dentes nos ensinamentos dos mais velhos, em livros didáticos, nas runas, nas reportagens de tv, em gurus da pedagogia...
Já vou adiantando...
Nada disso funciona. Ajuda, mas não resolve.
Uma coisa é idealizar a educação que você quer pros seus filhos. Outra é realizar. E a menos que você seja a Claudia Leite que anda com duas babás a tira colo e ainda tem a petulância de posar de mãe dedicada; pode ter certeza que filhos lhe darão um trabalho do cão.
E outra certeza que você tem que aceitar...
Você vai errar.
O fato é que agente erra. E erra pra caralho... (ó o palavrão!)
Querem um exemplo; seus sádicozinhos?
Outro dia, minha filha de dois anos estava na cadeirinha adaptada de criança para o carro. Era uma cadeirinha nova, a qual ela já consegue tirar o cinto de segurança por cima da cabeça. Falei pra ela não tirar o cinto, porque caso houvesse um acidente ela se machucaria. Ela (como sempre) não me deu ouvidos. O quê eu fiz? Depois de pedir mais de 80 vezes, freiei o carro com certa veêmencia e a menina amontoou-se no banco traseiro. Chorou bastante mas aprendeu. E eu me arrependi por ter agido daquela maneira impulsiva e displiscente.


Educar de improviso é assim. Agente acerta, agente erra. Mas o importante é errar tentando acertar.
Aí eu cheguei a conclusão. Pais são na verdade dirimidores de danos.
Eles têm inegável importância na educação do indivíduo, mas não conseguem interferir no ímpeto que existe dentro de cada um. Você pode até controlar o incêndio mas não vai conseguir apagar a chama.
Que outra forma você explica pais bacanas que têm filhos babacas e vice versa?
Ok, têm gente que deixa o barco correr... Defendem as cagadas dos filhos com unhas e dentes e acham um absurdo quando outra pessoa chama a atenção do seu bebê. Aí, quando os pais percebem, o bebê já tem 30 anos vivendo às custas deles, e fazendo as mesmas besteiras de sempre...
Pra esse tipo de educação, pode ter certeza que a vida se encarrega de corrigir.


Pois bem, aí você adota uma postura, assume um ideal, se compromete e toma decisões.
E para as opções que agente toma, sempre vai ter um boi corneta pra desaprovar. Eu por exemplo, sou a favor daquelas coleiras de retenção de criança. Acho que é muito melhor não ter que correr desembestado num estacionamento de shopping porque a criança soltou a mão; quê qualquer comparação que possam fazer dos meus filhos com cães.
As pessoas me olham com uma cara...
Bem, to nem aí, fo-da-se! Você me ajuda a correr atrás?

Então assim ó gente, antes de julgar determinadas ações, saibam que os pais, geralmente (né seu Nardoni?)querem o melhor pros seus filhos. Parem um pouco com essa mania nacional de ficar culpando os pais cada vez que acontece um infortúnio.
É muito fácil você assistir de fora e ficar apontando os erros. Quero ver pegar junto, viver a rotina de birras, sucessos e tentativas.

Porque quando as crianças vêm; a rotina, aquilo que agente gostava de fazer antes, passa a ser secundário; e isso é o que torna mais difícil de se lidar em todo processo.
Agente percebe que não são as crianças em si o problema. O problema está em nós mesmos. Esta na capacidade de se doar a outro indivíduo, sabendo que vai receber como pagamento um abraço apertado e um beijo melecado.
E aí, você se sente preparado pra tamanha incompreensão?

- Hey pai... Como você conseguiu essa mão robotizada maneira?
- Vêm aqui que eu te mostro filhão...

Sigo aqui no @indioveio vivendo e aprendendo a jogar.
Nem sempre ganhando. Nem sempre perdendo.
Mas aprendendo a jogar...

3 comentários:

  1. Porra Ramiro (ó o palavrão aíó), tô aqui emotiva, impressionada com toda a tua verdade e sensibilidade, viu? Ainda bem que existem PAIS como tu.

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  2. Show de bola Ramiro!!

    Tenho nada menos que 10 sobrinhos numa amplitude de idades dos 18 a 1 ano, dessa forma já vi vários tipos de criação dadas pelas minhas irmãs e irmão, bem como as variações que um mesmo indivíduo provoca.

    Essa do carro eu fiz com um aquário pequeno da minha casa, eu dizia pro meu sobrinho não puxar que ia cair, ele teimou e eu empurrei o aquário, não quebrou, mas ele se molhou todo. Aprendeu bem rápido a não puxar as coisas! Detalhe foi o terrorismo que eu fiz dizendo que ele teve sorte pq a água tava fria!
    hehehehe

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  3. Valeu Cezão e Rosana!

    "Aprendender a educar" é um mote filosófico e tanto...

    O certo é que entre mortos e feridos alguma coisa de bom sempre dá pra se tirar das situações.
    BJS!

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