01 outubro 2010

Saudades dos verdadeiros políticos...


 Olá politizados pimenteiros. 

Hoje estou lamentando. A classe política, além de não ter credibilidade, está definhando e se perdendo em linhas pobres de pensamento e  assistencialismo.  não há um bom discurso, os debates são horríveis, os candidatos não têm nenhuma graça (essa é pra você, Tiririca).
Por mais que  tudo estivesse errado, vimos durante os primeiros anos da democracia debates e discursos memoráveis entre os candidatos. O hoje raivoso Fernando Collor assumiu o perfil de um super-herói, contra um Lula lutador, encarnado num socialismo militante, queiram os leitores ou não, era muito melhor do que ver Dilma Roussef se debatendo no próprio corpo, contra um "experiente demais" José Serra, uma Marina de boa oratória, porém sem força de articulação (quem tem o respeito de todos também tem dificuldades na política) e o tal Plínio, que, por Deus, deveria morar na Coréia do Norte.  


Nas eleições de 1994  e 1998, o sociólogo  Fernando Henrique, que nunca foi bobo nem nada, optou por não debater e venceu Lula duas vezes, sem a metade de popularidade que Lula tem hoje, o que significa isso? Debates tem pouca importância na campanha brasileira. Dilma não tem nenhuma noção de retórica e está na frente nas pesquisas. O que vale é o discurso pré campanha, as inserções "comerciais" como as que Lula fez , a posição ideológica firme, seja qual for ela, e claro, a famosa "cartolagem", o jogo de cintura nas articulações fora das quatro linhas. Debates não tem aqui a força que tem em países desenvolvidos pelo simples fato de que o melhor horário da televisão é ocupado por novelas e filmes, com telejornais embutidos. E logicamente, entender novela é diferente de entender discurso ou debate político.



A verdade é que se foram, sim já se foram os políticos. Não importa o que você pense a respeito, nunca um bom empresário, um ator, ou algum paladino de honestidade será político. O político é a melhor representação do conjunto de vícios do ser humano, sim, é a sua cara lá no Congresso (sonho com o dia em que ele será chamado de Parlamento) ladeado por uma cara de pau perene, que é o que o destaca dos demais cidadãos. Paulo Maluf, Roberto Jefferson, ACM, o próprio FHC, Lula,  Covas, o próprio Requião aqui do Paraná,  são de uma escola  que foi abandonada por motivos de corrupção, dando lugar a almofadinhas com pinta de empresário e gestor, mas que não tem o mínimo tato com o povo e com as jogadas inteligentes de contra-ataque, como o da coligação que elegeu Jaime Lerner em 12 dias em Curitiba, na eleição de 1988, contra o candidato Maurício Fruet, apoiado pelo então prefeito Roberto Requião.




A política brasileira, em vez de melhorar sua qualidade, vai se moldando à um linhagem de pensamento totalmente sem sal. O embate é ruim, o que é uma pena, afinal, desta maneira, o interesse da classe culta só tende a se perder, e como a decisão fica sempre na mão dos ignorantes que são assistidos pelo populismo preguiçoso que hoje impera, a máquina do estado continuará a financiar a campanha pré-eleição, e lá na frente, é muito difícil reverter esse quadro, contra um Estado aparelhado e tomado por uma ninhada de sanguessugas.

Concluindo, os que se julgam oposição falharam, de novo. E devem desculpas ao Brasil, por mais quatro anos. Estamos aguardando.

Vou ali tentar convenver o FHC a fazer um debate com o Lula, tipo um "amistoso", uma "canja".  Será que rola?

Panfletos e santinhos aqui @allanlpereira

4 comentários:

  1. Meu avô, Alcides Nascimento, foi vereador na cidade de Canoas/RS por mais de 20 anos. Minha mãe sempre conta das tantas vezes que ela e os irmãos passavam dias (e noites) separando e lavando doações pros carentes, preparando cestas básicas, todo tipo de serviço que hoje é voluntário e vale ponto no currículo, ou muitos assessores são pagos pra fazer.
    Naquela época, era a família dos políticos, os amigos.
    Tenho muito orgulho em dizer que meu avô foi vereador em uma época que isso não fazia ninguém ficar rico.

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  2. Desculpe editores do Pimentas no Reino. Mas dizer que já houveram verdadeiros políticos é se limitar ao passado e "puxar saco" dos que já foram, e que sempre representaram mais do mesmo. Discurso furado desse post, não? Afinal, político todos nós somos.

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  3. Olá Felipe, vou esclarecer: o post não puxa o saco de ninguém como pode ver já no primeiro parágrafo. É apenas uma análise comportamental de campanha, em relação à outras que já aconteceram, não é nenhum discurso, pois discurso político, na boa, eu faço em todos os meus outros posts.
    Ana, que bacana. Política já foi sim, motivo de orgulho pra muita gente, o que falta hoje é descobrirmos o mesmo espírito servidor nos cidadãos, para que estes se tornem politicos.
    Voltando ao Felipe: o comentário da Ana mostrou um verdadeiro politico. Tem certeza de que todos nós somos políticos?
    Obrigado pela interação, abraços!!!

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