O Chile na sociedade do espetáculo

Olá informados leitores do Pimentas!

Nos últimos tempos o Chile é a menina dos olhos da sociedade do espetáculo. Um terremoto catastrófico, e agora os mineiros presos nas minas. O país, simpático a quase todo mundo, é uma espécie de Oasis americano na América Latina, economia estável, sem analfabetos, e o que é melhor, pequeno e com um planejamento de governo acima das culturas libertárias dominantes no continente.  No entanto, a tragédia natural do terremoto e agora  a situação dos mineiros, como sempre, dá vazão à uma série de oportunismos, que geram outros oportunismos.  Não há como negar que a história seja comovente e heróica. No entanto, a situação foi propícia para ganhar contornos políticos, editoriais e proporcionar aos trabalhadores a oportunidade de ser voz para uma classe que trabalha sob as piores condições de segurança. 

Politicamente, o Presidente Sebastián Piñera foi o executivo da vez. Nada de novo diante do imenso efetivo que a imprensa levou pra lá. Um presidente próximo ao povo, que não estava lá muito de bem com a opinião pública, teve no evento uma oportunidade de ouro. Até aqui, tudo normal, vamos à imprensa.

Oportunidade para todos: Segundo o portal Imprensa do UOL, a Band faturou alto com o Datena transmitindo ao vivo a operação no Atacama.  Agora convenhamos, transmitir resgate de pessoas ao vivo, é uma baita falta de pauta né? Além disso, não houve tragédia, e nesse quesito a Globo fez melhor, transmitiu alguns flashes com aquela famosa musiquinha de plantão (quando ouço, penso que subiu o combustível de novo) e vai transmitir os bastidores naquele programa dos estagiários chatos e cheios de sentimentalismo, o Profissão Repórter. 

A comoção foi tanta que até mesmo a Rede TV se superou, interrompendo o Super Pop e TV Fama! 

Será que a imprensa está mudando? O Datena fazendo uma transmissão que não tem sangue?
A Luciana Gimenez interronpendo seu programa de utilidade pública? 

Pois é amigos,  alguma coisa está fora da ordem. E a partir da opinião do melhor jornalista do Brasil,  Geneton Moraes Neto (imagem abaixo) , a coisa seria muito melhor se fosse um tragédia, não seria? De certa forma, ele tem razão, será que a não-tragédia servirá realmente para melhorar as condições de trabalho nas minas?

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Aguardem cenas, ou não.