04 outubro 2010

Eleições: O Brasil em Família (análise eleições)

Olá familiares pimenteiros!!

A família brasileira, ao contrário do que todo mundo pensa, continua sendo uma instituição forte e controversa. É digno acreditarmos na sua força, apesar dela, nas suas bases não ser mais uma família tradicional, mas no âmbito político, a família faz a diferença, para o bem e para o mal. 

Aqui no Paraná, há alguns anos o tucano Beto Richa surfa na onda da popularidade do seu falecido pai, José Richa, vencendo duas eleições para prefeito, a última com uma lavada histórica no primeiro turno sobre Gleisi Hoffmann, do PT. Gleisi, esposa do ministro Paulo Bernardo, voltou à campanha, desta vez concorrendo ao senado e não decepcionou seus projetos familiares, ganhando uma das duas vagas. A outra, advinhem, ficou para o nosso comedor de mamomas Roberto Requião, que entende bastante de família, já empregou até cunhado nos cabides do estado, mas para não perder o costume elegeu seu sobrinho, João Arruda, anotem esses nomes aí. 

E a coisa não pára, há alguns dias o quase candidato a vice  tucano Álvaro Dias, declarou abertamente o voto eu seu irmão Osmar Dias, do PDT, apoiado por Lula, Requião, Dilma e toda a máquina monumental do PT. Pois é,  mas família assim, em partido separado é meio esquisito né? Não deu outra, Beto Richa, o mesmo do parágrafo acima, o venceu no primeiro turno. Osmar até foi convidado a se juntar aos tucanos antes das eleições, e mesmo com o voto do irmão, a coisa não pegou bem. 

Vamos em frente, agora com o excelente exemplo de família, a família Roriz!  A excelência da célula familiar na política conseguiu, mesmo com o Sr. Joaquim Roriz impedido de se candidatar, eleger duas filhas, uma para o cargo distrital e outra para o federal. Além disso, a grande surpresa é que a sra. Weslian Roriz, carinhosamente eleita por este blog como a Vanusa da política, vai para o segundo turno! Como é bonita a família, né?

E aqui vem mais! Cid Gomes, no Ceará, não deixou espaço mais uma vez para os adversários tentarem dissolver suas governanças familiares, e com o apoio incondicional do seu irmão e quase-candidato Ciro Gomes, que cumpre o papel de ser marido da Patrícia Pillar, venceu, imponente, para o cargo de Governador.

Ali na terra do @alvimdias, Aécio também faz o que quer, após ter sido escolhido como neto de Tancredo. Jovem e de boa oratória, colocou agora o Sr. Antonio Anastasia (que não me surpreenderá se tiver algum parentesco com a Tia Anastácia, do Sítio do Pica Pau Amarelo) no cargo de Governador, e foi voar mais alto em Brasília com Senador da República, junto com o Itamar, pai do Fusca e padrasto do Plano Real. 

A família tem que ser respeitada, pisou na bola, o eleitor não perdoa. Vejam só o ex-presidente Fernando Collor, hoje um homem divorciado, com muitas confusões familiares, principalmente aquela com o irmão Pedro, que o tirou da Presidência.  Enquanto escrevo esse post, está capengando e sofrendo para ir ao Segundo Turno em Alagoas. 

Em Pernambuco, Eduardo Campos foi o governador mais votado do Brasil, e olha lá! A própria mãe se elegeu deputada federal, a sra. Ana Arraes, filha do ex-governador  Miguel Arraes. 

E não podemos esquecer a Dona Marta Suplicy, cuja família é uma verdadeira pintura artística. Seu ex-marido, o senador-cantor Eduardo Suplicy, a apoiou, num exemplo de maturidade política. Resultado: Marta consegue a vaga no senado, enquanto Netinho, famoso por tabefes na sua cônjuge, ficou na saudade.  Viu Netinho?  Ainda em São Paulo, Alckmin, que é Opus Dei ou seja, bem família, levou o governo no primeiro turno.

E mesmo com aquela nossa baita campanha, o #forasarney,  no exato momento em que chego neste parágrafo, Roseana, que também tem bigodes, vai faturando o governo do Maranhão no primeiro turno.  

E com a definição do 2º turno entre Dilma e Serra,  pergunto: Será que Lula, o filho do Brasil, conseguirá eleger sua mais nova criação? Será que Serra, o homem da saúde, que renegou seu criador FHC, terá a simpatia da família brasileira? 

Pois é, o mundo fica mais complicado quando se trata das oligarquias. Estamos diante de performances familiares invejáveis.  É engraçado, como todos pregam e crêem no fim da família como instituição. Pode até acontecer, mas duvido que os "novos modelos familiares" consigam se perpetuar no poder. Afinal, família está no sangue. Poder e corrupção, também.

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