24 setembro 2010

E esse troca-troca, hein?

Como diria minha vó: - bom dia, boa tarde e boa noite, conforme a ocasião...
Tudo na santa definição de tranquilidade?

Ah, que bom… ah, que pena!
Mas vamos ao que interessa, à titulo de informação: a cada 16 dias, uma pessoa troca de sexo no Brasil, com cirurgia realizada em pacientes do SUS.



Informo a quem interessar possa que a cirurgia, dura cerca de 12h e consiste na retirada do pênis (ou como você preferir chamá-lo), e a construção de uma cavidade parecida com a vagina (ou como você preferir chamá-la) com capacidade de substituir o trato urinário.

A construção do pênis é mais complicada e ainda esta em fase experimental.
Taí o que você queria, ou não…
por @toniatoti

Fonte: Espaço Vital

5 comentários:

  1. Sabe, eu queria mesmo ter uma opinião formada sobre isso. Quando aprovaram a lei que permitiu esse tipo de cirurgia pelo SUS eu fiquei indignada, mas depois achei que conviver com um sexo físico que não é o seu mental também é um sofrimento. Penso nas cirurgias para salvar vidas que deixam de ser realizadas, nas cirurgias de reconstrução de seios (para quem teve cancer de mama) ou para as vítimas de queimaduras, fora as ortopédicas, etc enfim. Num país onde o atendimento à saúde tão precário, acho que falta definir prioridades.

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  2. Pois bem, Glaucia. Eu também pensava muito nisso, mas acho que hoje já tenho minha própria opinião. Todo ser humano tem direito de ser feliz, quem tem cancer de mama, quer a cura, quem se sente mulher, quer ser tratado como tal. Se a cirurgia existe, então pra quê não fazê-la, né?
    É quase aquela mesma culpa de tratar bem um cachorro sendo que tem seres humanos passando fome.
    Se quando eu morrer eu souber que fiz a diferença pra pelo menos 1 pessoa, vou considerar como 'missão cumprida'. A gente ajuda sem olhar cor, raça ou opção sexual, não é?
    O atendimento à saúde é precário sim, e muitas pessoas da minha família se utilizam dele. Ficaria muito puta se perdesse alguém vendo que o outro só fez uma cirurgia estética, mas aquele também nao tem culpa da minha história, né? Nada no Brasil é organizado, falta muita coisa em todas as áreas (educação, cultura...), cada um luta com a arma que tem, infelizmente.

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  3. Eu não manjo muito de leis, gostaria de saber mais a respeito (nossos amigos advogados poderiam nos ajudar) mas considerando que o cidadão deve ter o direito primordial à saúde, e que as condições psicológicas dele estão ligadas à isso, acho que está sendo mais uma utilização populista da legislação em favor de uma minoria que é socialmente constituída a partir de uma filosofia de vida. Isso não seria algo como "eu sou negro, não me sinto bem no meio dos brancos e quero ser atendido primeiro?". Sempre questionarei isso, acho que esse tipo de atuação só deveria ter sido implementada depois de todos os outros setores como emergência, câncer, transplantes estivessem sob controle. Prefiro a vida das pessoas em estado real de emergência à fazer essa minoria feliz. Parabens Tônia, belo tema.

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  4. Allan, é complicado. A primeira discussão é essa, se a lei permite ou não, como já vimos, vem permitindo. Agora também à discussão sobre a mudança de sexo, se deve ser ou não averbada em registro civil. E a opinião ainda é divergente entre os tribunais.
    O transsexual tem o direito de serem reconhecidos perante a sociedade e a opção dele deve ser legitimada pelo Estado. Só tem que observar que indivíduos com transtorno de identidade de gênero merecem serem tratados condignamente. A frustração, a dor e o sofrimento, que podem levar à depressão e outros desdobramentos, são constantes neste quadro clínico. Cabe ao profissional de saúde atuar de modo a possibilitar que este indivíduo venha a se aceitar como um todo coerente, resgatando a saúde, o bem-estar e a felicidade. Afinal, somos todos seres humanos.

    Tem um jurísta que diz: o legislador brasileiro continua a permitir tacitamente a prática da cirurgia transgenital no Brasil, bem como ser perfeitamente possível a busca da tutela jurisdicional para a retificação do nome e do sexo do interessado.

    Então é isso. Cada um com seus direitos, né?!

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  5. Por isso que lovo esse blog!! Perfeita explanação Tônia! A Lei é clara e muito boa, e logicamente se o cara mudou fisicamente de sexo deve ter seus documentos revistos. Não há dúvida, mas como a Glaucia falou continuo achando que o Estado falha nas prioridades, afinal, quem garante que essas 25 pessoas/ano estão realmente traumatizadas de modo a utilizar-se plenamente do erário, o que não deve ser barato? Nada contra, sinceramente eu até achava que era mais. E sei que devem haver perícias envolvendo esse processo. Agora se no final de tudo, o que importar for a saúde, o bem estar e a felicidade, quantos de nós podem entrar na fila dos transtornados? (Não, não quero mudar de sexo, antes que alguém zoe)

    Concluindo, acho que a Lei é sempre boa, já o Estado...

    obrigado pelos esclarecimentos e mais abraço!

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