09 maio 2010

Dia das vilães: é pá descer do paraíso?


Oi leitor do Pimentas, tudo legal?

Pois é, hoje é dia das mães... E fora o apelo capitalista que o dia das mães nos remete, sou a favor de nos valermos dessa data comemorativa criada pelas associações comerciais para fugir do marasmo da entressafra de festividades do mês de maio, para refletirmos e aproveitarmos esse dia em especial para repensar o papel da figura materna em nossas vidas, assim como dar um chamego na véia.

Se tem uma coisa que ninguém pode dizer que não teve na vida é mãe. Nem que fosse apenas para cumprir o desconfortável papel de nos gerar e parir. Mãe é a primeira lição de vida que todo ser humano tem no momento que nasce. Essa lição pode ser tanto positiva quanto negativa. Nunca será indiferente. Mãe não se anula porque se você esta vivo aqui para ler esse texto, alguma decisão ela teve para com você nessa vida, nem que fosse para te jogar na lata do lixo recém nascido numa fria manhã de junho. Podem não existir laços afetivos nesse caso, porém os atrelamentos físicos que o cargo de mãe impõe ao indivíduo são impossíveis de negar. Essa é a premissa básica de ser mãe.

Qualquer idiota pode ser mãe. Qualquer criatura egoísta, malvada, cínica pode ser dotada de sistema reprodutor e gerar dentro de si uma vida; mas somente o que virá depois, dependendo das interações sociais dos indivíduos é que merece comemoração. E nessa relação sempre haverá disputa, intriga, carinho, amor, discordância, zelo, enfim; uma infinidade de sentimentos conflituosos e caridosos que toda Mãe que se assume como tal, nos impõe.



Portanto você aí toda prosa no dia das mães pense um pouco se realmente você é mãe na concepção da palavra somente por ter gerado e parido um filho - coisa que qualquer animal, inseto, réptil faz; ou é Mãe na doação, na parceria, na sabedoria... Mãe não é aquela que te abraça toda vez que você faz merda na vida, Mãe é aquela que te impede.

Ela é essa espada que paira sob nossas cabeças. Um sentimento de culpa eterno em não poder retribuir a ela, todo tempo e esforço despendidos para nos criar. Eu perdi minha Mãe muito cedo, já faz quase 15 anos, embora mesmo se a tivesse perdido hoje eu ainda assim julgaria cedo demais...

Ter um filho atualmente é uma tarefa hercúlea. A vida profissional, a TV, o governo, a internet, celular; tudo converge e conspira, para que a mãe não dê a seu filho toda a atenção necessária. E assim os filhos crescem meio órfãos de exemplos, meio soltos no mundo, aceitando como certas algumas coisas que na verdade não o são, seguindo modismos doentios e tomando decisões que não estão preparados para tomar. Portanto nesse dia, você que pode, escute os conselhos dela, abrace sua Mãe e a agradeça por não ter lhe negado a vida em todas as formas.

Um beijo para todas Mães naturais ou não de nosso Brasil (em especial para as recentes Mamães, pra Ana Gouvea e pra minha patroa).

Abaixo às mães parideiras que colocam filho no mundo pra mendigar no sinal e aumentar sua arrecadação em troca da piedade alheia. Um fora para as mães que geram filhos visando pensão alimentícea, porque filho não pode ser usado como moeda de troca.

E por fim, eu desejo um Feliz dia das Mães e um péssimo dia mães para todos vocês!

2 comentários:

  1. Certíssimo Ramiro, não basta por no mundo pra ser mãe.
    Essas máximas que somos obrigados a ouvir a vida toda tem que ser questionadas sim. Mãe não é tudo igual, nem toda mãe merece respeito, nem toda mãe é mãe!
    Ser mãe é uma condição que a gente escolhe, exatamente por que somos consideradas "racionais".
    Um beijão maternal.

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  2. Valeu Glau!

    Tem gente que se recente por não poder gerar filhos, e esquece que o verdadeiro desafio esta em criá-los...
    Assim como pode também gerar um filho dar todo carinho do mundo a ele e mesmo assim o "coiso" desvirtuar.
    O sucesso é um mix de criação e índole dificil de se acertar.
    Bjão pra ti também

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