01 abril 2010

Mulher, por quanto você se vende?


Oi, leitor amigo do Pimentas.

Beleza?

Você que nos acompanha, e muito me honra com sua atenção aos meus textos, já deve ter se acostumado com o fato de eu sempre começar falando com o "leitor". Acho que está claro pra todo mundo que "leitor amigo" e "amigo leitor" são formas intimistas pelas quais eu falo com todos os nossos leitores e leitoras. Através desta introdução que eu faço questão de frisar como intimista, eu falo com todas as pessoas que muito nos honram e alegram com sua audiência, atenção e tempo.

Assim como eu falo com todo mundo, imagino que comerciais veiculados em rede nacional tem a mesma intenção: falar com todo mundo, vender o produto pra todo mundo, oferecer o produto ao maior número possível de pessoas. Não sou publicitário, e me sinto um tremendo atrevido quando falo de publicidade, principalmente por ter na equipe do Pimentas ótimos profissionais da área, como o Alvim, Tiago, Weslley e Ana. Falo como target, alvo das campanhas publicitárias. Alvo da Nova Schin, pra ser exato.

Tava pra começar o jogo de futebol no domingo a tarde, e me passa um comercial onde um Zé-Ruela se vangloria pros amigos por ter dado um passa-fora na patroa: "Falei mesmo, hoje é domingão, vou ver um jogão e tomar um cervejão". Na sequencia, aparece a patroa em questão, com as amigas num shopping, comemorando "promoção" e "cartão do Marcão". Marcão, o Zé Ruela da bagaça.

O que eu entendi: ela liberou o cara pra ir assistir o futebol com a galera e tomar a tal cerveja, em troca do cartão de crédito dele! Olha aí:


Acho estranho que hajam empresas que ainda lancem campanhas que, pra ser engraçadas, são imbecis. Comerciais como o daqueles salgadinhos, descaradamente homofóbico, ou como esse da cerveja, são coisas que eu acho imbecis ao extremo. A mulher moderna, salvo exceções compreensíveis, não precisa vincular confiança e respeito ao espaço do companheiro a cartões de crédito, muito menos precisa de uma rodada de compras pra se sentir feliz e satisfeita. Pode até ser que curta as compras, como qualquer pessoa curte, mas duvido que precise delas pra superar a ida do marido ao futebol. Não é se vendendo por um cartão de crédito que elas superam suas mágoas, acredito.

Que me desculpem os profissionais da publicidade responsáveis por esta pérola, mas me incomoda a ideia de que precisem de um estereótipo tão bisonho pra vender uma cerveja!

Falando em cerveja, vou ali tomar uma. Mas de outra marca, por questões de foro íntimo e pessoal!

Abração pra ti, leitor amigo! E pra ti, leitora amiga!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Caramba André, você tem 100% de razão! Sou publicitária, mas como não sou o público alvo da propaganda não prestei a menor atenção, não me atingiu, eu vi mas não enxerguei.
    Espero que outros homens (público alvo a quem se destina o anúncio) tenham a mesma sensibilidade que você teve em defesa das mulheres que não dependem dos homens para sobreviver (e das outras que por outros motivos ainda dependem).
    Um abraço.

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  3. Gláucia,
    Obrigado pelo comentário. Vc é um ótimo exemplo de pessoa que essa campanha não conseguiria retratar. A agência que criou isso devia ter vergonha desse expediente.
    Bjo pra ti!

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