30 março 2010

Os Nardoni merecem perdão...


Salve, leitor amigo do Pimentas.

E a família, como vai?

A essa altura do campeonato, o título deste post já levantou as sobrancelhas de muita gente por aí, eu sei. É algo totalmente out, pensar em perdão pro sujeito denominado Alexandre Nardoni e sua atual esposa, Ana Carolina Jatobá, casal que jogou uma criança pela janela, conforme demonstrou o conjunto probatório que os condenou; ele a trinta e um anos, ela a quase vinte e sete anos. Falar em perdão pra esses dois chega a ser gafe.

Mas não é deles que eu tô falando, não.

Não vou focar na família da Ana Jatobá, pela evidente falta de vínculo. Mas, salvo engano, Alexandre Nardoni não é invenção de algum cientista. Ele tem pai e mãe. Tem família. Alguém sinceramente acredita que esses dois criaram o filho pra ele se tornar um infanticida?

Alguém acredita, sinceramente, que por mais que possam vir a ter falhado na criação do sujeito, eles projetaram esse futuro pra ele? Alguém acredita que eles não tenham sentido por aquela criança o afeto que um neto desperta?

Tudo bem, já citei n vezes o fato de que a minha avó não ia com a minha cara, mas eram outros tempos e outros fatores. O fato é que os pais e a família de Alexandre Nardoni estão sendo condenados junto com o filho por um crime que não cometeram. Uma horda formada em sua grande maioria por imbecis sem qualquer noção de respeito ou de ridículo correu pra porta do fórum pra tentar aparecer pras câmeras, e só isso. Essa mesma massa de estúpidos gera os pixadores que sujam a casa dos Nardoni, importunam os membros da família quando estes saem as ruas, e se julgam legítimos representantes da justiça, condenando gente que não cometeu o crime. Qual o crime dos pais de Alexandre Nardoni? O máximo de que se pode acusá-los é de amar o filho, independente do fato de ele ser um assassino condenado pela justiça. E isso, amigo leitor, é um crime que todos os pais cometem...

Nesse momento em que os assassinos da menina Isabella estão presos e condenados, e que a mãe da criança tem diante de si o momento derradeiro de se despedir desse horrendo capítulo de sua vida, o melhor mesmo é que os culpados paguem suas penas, que a mãe da criança possa recomeçar sua vida em paz, que a criança esteja bem nos braços do Senhor, e que a família do assassino não seja punida por um crime que ela não cometeu.

E muito bom seria também se o bando de imbecis que eu citei arrumasse uma trouxa de roupa suja pra lavar, um terreno pra capinar ou algo assim, em vez de ficar fazendo cena.

Abração pra ti, leitor amigo!

4 comentários:

  1. É triste, eu sei mas sem esta "massa sem massa encefálica" que atende (as vezes ao chamado errado) pelo nome de povo, talvez esta mãe, eu e muitas pessoas mais, teríamos em nossas vidas mais este exemplo de injustiça... e este texto nem existiria... e a familia Nardoni seguiria cometendo "mais alguns" erros morais.
    Evolua, você está vivo para isso.

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  2. Meu evoluido amigo Carlos,
    A culpa é minha: eu não fui suficientemente claro no meu post. A massa sem massa encefálica que eu condenei no meu texto pode ser definida pelo termo ROBERT. Se você realmente acredita que ROBERTS como esses são a mola propulsora da justiça, é sinal de que pessoas conscientes como você estão caladas diante da injustiça. Sinceramente não acredito que você, que mostra saber o valor e a importância da justiça iria pra porta do fórum fantasiado de anjo, ou de paquita, fazer cena pras câmeras da Globo. Acredito piamente que você faria o protesto de forma eficiente, porém sem o histrionismo de um bando de patetas que só queria mesmo mais fotos pra infestar os perfis no Orkut.

    Quanto aos erros morais da família Nardoni, não estão sob qualquer questionamento, porque são exatamente o que você falou: valores. Por isso ressaltei fortemente no texto que mesmo que Vovô e Vovó Nardoni tenham errado muito na criação do filho Alexandre, eles não são assassinos. Se tem erros cabíveis de punição aos olhos da justiça, que paguem por eles. Mas até aqui, só o filho deles foi condenado pelo assassinato, então não há razão para punir outras pessoas por este crime.

    Se evoluir significa generalizar, lamento mas prefiro o meu estágio atual. Desculpe se não me fiz compreender, mas a generalização que você fez, embora tenha um objetivo claramente louvável, não é cabível aos olhos da razão.

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  3. Difícil entender pessoas que não possuem nenhuma relação esteticamente filosófica com o mundo. Inteligentes mesmos eram os gregos que perceberam admiravelmente a inexistência do inumano mostrado em suas excepcionais tragédias (Medeia matou seus filhos por vingança e Édipo matou o pai por ignorância), mas quem pensa que eles não tinham também parte da sua sociedade voltada para o espetáculo? Alguém saberia dizer então o que foi o Coliseu? Outros poderiam retrucar dizendo: o Coliseu é romano e não grego... Há tá!!! concerteza podemos separar a gema da clara...
    Essa sociedade do espetáculo não parece nova; até a Bíblia (Gênesis 19) mostra Jô enredado numa trama "espetaculosa" quando hospedou dois estrangeiros na então cidade xenofóbica de Sodoma. Essas sociedades do espetáculo ainda deixam perplexas algumas almas gregas...
    Sei que o discurso do perdão é uma alternativa, mas vejo a família Nardoni como mais um personagem enredado na tragédia da menina Isabela e que já antecipamos logicamente alguns capítulos dessa triste trama – essa é uma alternativa claramente previsível dado através de nosso cabedal estético.
    Então para que aceitemos as tragédias como natural deixo uma reflexão:
    Me convenci que existem bestas humanas!
    Assim, não há mais nada no homem que me surpreenda
    – Não há o inumano!
    Descobri que o belo não necessariamente é bom na medida em
    que a beleza se instaura no mundo, no ato que a
    existência humana acontece...

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  4. Alessandro Apolinário,
    Difícil mesmo é entender como alguém sente prazer em ser chato, como você. Ou será este o único prazer ao seu alcance? Vê se me erra.

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