08 fevereiro 2010

Gays no exército não pode. E bagunça pode?


Salve, leitor amigo do Pimentas.

Como é que está o tempo por aí?

Aqui, tempo quente. Eta, eta, eta, um calor do capeta. Aliás, o capeta anda misturando as ideias na cabeça do povo ultimamente, né?  O mais recente exemplo de que muito sol na cabeça faz mal pros miolos foi a declaração pouco elaborada de um general de exército (quatro estrelas, bicho... como diria Raul "é muita estrela pra pouca constelação) e candidato a uma confortável poltrona no Superior Tribunal Militar.

O general deve ter tomado muito sol na moleira, porque enquanto era sabatinado por um monte de senadores, rito imprescindível para que ele consiga (ou não) a indicação ao STM, ele declarou que "a vida militar não se adequa aos homossexuais". O general ilustrou a frase com o seguinte exemplo, em que imagina-se um comandante gay numa situação de combate: "a tropa certamente não ia obedecer".


Se a vida militar e a opção sexual do sujeito são compatíveis ou não, é um debate bastante válido. Entretanto, o que me chama a atenção na fala do general é justamente o fato de que ele expos a tropa inteira. É perfeitamente cabível deduzir da fala do general que, apesar da existência de uma cadeia de comando e apesar de toda a hierarquia e disciplina do exército, a tropa vai desobedecer. No meio de um tremendo quebra pau, a tropa pode simplesmente se esquecer da hierarquia, pode ignorar a possível capacidade técnica do comandante e se recusar a obedecer?

Sinceramente, o general falou bobagem, mas deve ser muito sol na cabeça. Ou será que o general duvida do senso de dever da tropa que comanda? Quero crer que o exército brasileiro prefira cumprir seu dever antes de questionar a vida pessoal de quem quer que seja. Senão, vira a bagunça que o general, pelo visto, acredita ser possível.

Um comentário:

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