18 janeiro 2010

Os deuses da MPB devem estar loucos! Ou serei eu um alienado?



Salve, leitor amigo do Pimentas.

Como é que você está hoje, tranquilo e numa boa?

Promete pro Tio Ponte que não vai jogar nada nele?

É que eu estava aqui pensando na morte do Bezerra. Não é o ditado popular, não. Não estou falando da bezerra, e sim do Bezerra da Silva, o saudoso sambista carioca, figuraça das mais divertidas que a música brasileira já viu.

E por tabela, comecei a pensar em algumas figuras nas quais eu simplesmente não consigo achar a menor graça. Senão, vejamos:



João Bosco:
Não gosto. Vai ver que é por não entender aqueles ataques de uebabepebapibábaípuouauêuêuê que ele espalha no meio das músicas, que aliás eu acho chata. Serei eu um alienado? Pra mim, um cantor de bolero, e não mais que isso.



Nana Caymmy:
Ela me lembra uma professora que eu tinha. Na turma, todo mundo rezava pra dentadura dessa professora cair no chão, e era praticamente uma gincana, saber quem ia chutar a dentadura longe. Não é só no visual, a voz também é igual. Deve ser trauma, sei lá, mas eu acho que essa Nana Caymmy é uma das criaturas mais enjoativas da história da música nacional, com aquela voz de horário político. Serei eu um alienado?



Zé Ramalho:
Esse, eu já espinafrei noutro post. E continuo não entendendo patavinas das coisas que ele diz. É como se o Gilberto Gil tivesse musicalizado tudo que falou nos últimos tempos, ou seja, no comprendo señor! Fora que é chato a beça ficar vendo aquele povo fazendo cara de intelectual pra cantar junto com ele. Serei eu um alienado?



Cazuza:
Algumas boas letras, e uma dose de rebeldia inexplicável, pra um cara que teve tudo na mão e nunca hesitou em ser um rebelde sem causa, que provavelmente não saberia até hoje contra o que estava lutando, se é que achava que tava fazendo isso. No resumo da ópera, sempre achei o Cazuza bem chato, isso sim. Serei eu um alienado?



Legião Urbana:
Sabe música que dá depressão? A maioria das músicas da Legião me causa depressão, e só isso. Mais nada. Muito embora eu ache que a carreira solo do Renato Russo é bem melhor... serei eu um alienado?



Elis Regina:
Cantava bem, é fato. Mas é cada musiquinha mais chata do que a outra, me perdoem. Tem horas que eu acho que a Elis é esse ídolo todo por falta de outro ídolo na época, e pelo corte de cabelos modernoso demais pros padrões. Não vejo nada demais na carreira dessa moça, enquanto durou. Serei eu um alienado?

Chega, parei por aqui. Sinto-me um alienado, embora um pouco feliz com isso. Volto depois pra ver se falo bem de alguém, certo? Abração pra ti, leitor.

10 comentários:

  1. Bom... falar mal é bem mais fácil do que falar bem, aguardo a tua lista de "coisas boas e não chatas" da MPB! Abraço! Sandro

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  2. Oi Sandro, oi André!
    Concordo com ambos, discordo de ambos... É fácil falar mal, mas elogiar a MPB também é das coisas mais fáceis. A gente tem tantas mentes brilhantes que o texto ficaria interminável!
    Gosto horrores de João Bosco e Zé Ramalho. Gosto de algumas coisas da Nana e do Cazuza (apesar de achar a pessoa Cazuza desprezível) e ODEIO Legião e Elis.
    Que copisa né?
    Obrigada pela visita, Sandro (e pelos links pra ouvir o Cafezinho) e obrigada pelo post, Ponte!

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  3. Eu concordo em tudo com vc. Serei alienada também?

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  4. André, meu querido.
    Cazuza era mesmo um rebelde sem causa, a maioria das músicas dele é ótima, mas ele sempre foi sem noção e isso o fez.
    Legião Urbana: 80% depressivo e a carreira solo do Renato Russo resume tudo que ele queria ser no Legião e não foi.
    Falar de MPB é fácil, criticar é fácil e você não é um alienado. Tudo o que você escreveu aí, está certissimo na minha opinião.
    Beijos!

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  5. Pois é, gurizada... sabe como é, gosto é "quenem" bunda, cada um tem a sua e defende como pode ehehe... mas acho o seguinte, parafraseando o nosso amigo Arthur de Faria, uma coisa é não gostar, outra é menosprezar a importância de determinado artista. Na lista que o André postou vou considerar o seguinte:
    - João Bosco - é chato como intérprete mas como compositor é ótimo.
    - Nana Caymmi - a "filha do Dorival" faz parte da estirpe dos Caymmi, fato que por si só já é representativo pra caramba. Ela nunca fez parte dos movimentos de "moda" na época em que surgiu, ficou sempre à margem e, pra mim, como o seu irmão Danilo Caymmi, tem um timbre de voz que é único na MPB. Gostando ou não ela sempre soube escolher as composições que gravou e fora um deslize ou outro, interpretou músicas de bom gosto.
    - Zé Ramalho - sempre beirou os regionalismos (paraibano) e foi muito influenciado pelo rock and roll, dá pra se dizer que é um parente musical do Raulzito mas pendendo pro lado regional. O primeiro disco dele "Paêbiru", gravado com o Lula Cortês, se transformou em um dos vinis mais caros da música brasileira, sendo procurado internacionalmente a preços altíssimos. Ele é um cara que sempre deixou claro suas influências ao longo da carreira: gravou covers do Raulzito, recentemente do Bob Dylan e homenageou Luiz Gonzaga, esse sim um pioneiro e revolucionário de verdade, um dos primeiros pop stars da música brasileira, ainda nos anos 50. Vc pode até achar chato o papo de "menestréu" dele, dizer que é pseudo-intelectualizado e tal, mas preste atenção na forma em que ele versionou as músicas do Dylan: à primeira vista são letras simplórias mas se vc comparar com as versões originais são muito fiéis em relação à essência original
    - Legião - o Renato Russo sempre quis ser o Morrissey desde pequenino, pra vc entender basta ver uma performance dos Smiths, qualquer uma, e comparar com os shows do Legião. Apesar disso ele soube traduzir muitas das angústias e sentimentos da "geração 80", e muitas das letras ainda não soam datadas - vide "Que país é este". Em termos de interpretação concordo contigo, a carreira solo dele é bem mais interessante pelo modo como ele canta as músicas e pelas escolhas das canções. Agora me diga uma coisa: o que é melhor como artista representativo de uma geração, Legião Urbana ou NXZero?
    - Cazuza - sempre achei superdimensionado pela crítica, fez coisas muito boas mas fez coisas bem ruins tb. No filme que fizeram sobre a vida dele passa exatamente isso, como se fosse um artista brilhante o tempo todo, é uma falsa impressão. Os motivos dessa pretensa rebeldia dele tenho certeza que foi descobrindo com o tempo, com a maturidade artística e pessoal: provavelmente ele não teve tempo suficiente de vida para expressar exatamente o que queria. Td bem, o cara era burguês, tinha muita grana, filho de pais abonadíssimos, seria rebelde por que? Se pensarmos assim a "música rebelde", seja ela do gênero que for, só seria válida vinda de um gueto ou local menos favorecido, o que muitas vezes não funciona. Fuck carioca vem da favela, de pessoas com pouca grana, só por isso já seria bom? Não é por aí...
    - Elis - cara... essa é difícil de falar mal, mesmo sem gostar, hein? Só pra dar um exemplo, TODOS os produtores por quem ela passou sempre ressaltaram uma qualidade nela: gravava tudo de primeira, e SEM retoques pós-produção, ou seja, era provavelmente a cantora mais afinada que já existiu. Independente de gostar ou não do timbre de voz dela é necessário reconhecer a qualidade da mulher. Em relação à carreira dela, te recomendo dar uma pesquisada primeiro antes de falar que "era ídolo por causa do corte de cabelo". Pra mim, sinceramente, essa é uma afirmação que vem bem coerente com a época atual e suas futilidades, em que não se presta mais atenção na arte em si mas sim nas "celulites da Beyoncee" e no quanto a Victoria Beckham gasta em bolsas e sapatos.

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  6. Resumo da ópera: tens todo o direito de achar chato artista X ou Y, agora relacionar o teu gosto com a desimportância desse artista ou menosprezar suas qualidades... aí é leviandade, cara! Uma coisa é dizer "não gosto", outra bem diferente é dizer "não presta", e foi isso que vc fez em relação a essa lista aí.
    De qq forma, é sempre bom colocar na mesa essas histórias e idéias, bem ou mal acaba-se tirando algo de positivo.
    Abraço aí!

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  7. Ana,
    Tô fechado contigo, e não abro. Igualzinho paraquedas de azarado. Bjo pra ti!

    Beth,
    É isso aí, tb fecho contigo nas mesmas condições! Bjo pra ti!

    Te,
    Bem vinda ao clube dos alienados, hehe! Bjo pra ti!

    Sandro:
    Só pra constar, acho que o texto é bem claro: não presta pra mim. Sou eu quem não curte, eu é que não acho a menor graça, etc. Claro que eu questiono e procuro relacionar minhas preferências com o fato de comumente quem não gosta dessas referências ser tratado como um alienado, mas é bastante perceptível que quem não curte sou eu. Não nego a importância ou a validade do trabalho dessas pessoas, mas afirmo categoricamente que, tal qual "arte moderna", não me transmitem qualquer coisa, não me motivam, não me inspiram, nada. Ao contrário, fazem com que eu gaste meu estoque de Eno. A história da humanidade, desde que registrou a primeira comunicação entre seres, mostra isso: um mesmo emissor é capaz de se expressar e ser interpretado de um sem número de formas, variando de acordo com o receptor.

    Quando você fala em João Bosco, eu quase concordo, sabe?

    Quando você fala em Nana, eu discordo. Acho a família toda uma grande chatice musical.

    Zé Ramalho pra mim é doido, mas o lance que você abordou sobre as músicas do Dylan procede. Mérito pra ele.

    Legião: você matou a questão, ponto final. Até a dancinha do Morrissey (junte os cotovelos e cheire os pulsos) ele copiou, heheh... Você também aborda ótimas letras do Legião, que eu reconheço, mas afirmo que são "respingos" numa obra que eu acho chata. Agora, você me ofende, achando que eu sou um sujeito tão estúpido a ponto de vislumbrar qualquer traço de comparação entre Legião Urbana e NxZero, né? Prefiro que você xingue a minha mãe do que insinue que eu seria capaz dessa sandice. NxZero nem é banda!

    Concordo contigo no lance do Cazuza, sobre ele ser capaz de expressar indignação, mesmo vindo de um berço abonado, etc. E acho que o funk carioca em sua maioria é um barulho ofensivo, degradante e nojento. Acho no fim das contas que o Cazuza metia o dedo na ferida, mas lambuzado com sal, entende? Algo como o sistema que se alimenta do sistema... bem a cara daquele pivete mimado.

    Elis: bicho, eu não disse que ela não era uma ótima cantora, disse? Disse que eu acho chata, é diferente. Além disso, disse claramente que eu pensava aquilo sobre o lance do cabelo. Nunca pesquisei sobre isso porque Elis nunca foi uma artista que me interessasse a ponto de eu querer saber mais sobre ela, o cabelo dela, etc.

    Na verdade, não acho que fui leviano ao expressar o que eu acho da arte dessas pessoas, fui é bastante franco. Entretanto, como eu mesmo disse, você recebeu a mensagem que eu emiti e o resultado foi esta sua sensação, e isso acontece, foi sua interpretação. Não bate com a sensação que eu tive ao escrever. Não menosprezo estes artistas, mas não gosto deles, e sou franco a beça ao dizer isso. Enfim, obrigado pela sua atenção ao meu post... mas tem uma coisa: fale que a Beyoncé tem celulite de novo, e nós vamos resolver isso nos tribunais, seu caluniador de pernas! A propósito, a Maria Rita tem pernas bem mais bonitas que a mãe.

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  8. Sandro,
    Eu esqueci de dizer: to trabalhando num post atendendo a sua solicitação, falando do que eu gosto na MPB. Ainda que eu ache que eu vá apanhar do mesmo jeito, hehe.. abs!

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  9. - Ahh, bem sei que cada um tem seu gosto, pow eu particulamente amo todosos cantores citados a cima, eles são sim um exemplo do quer é uma boa música, ao contrario de certos ritmos e letras que se ouve agoraque muitos intitulam como: 'música', acho que o que falta é apreciarem o que realmente é bom e de valor na nossa cultura. Sou contra tudo isso acima e acho que voçe realmente é um alienado. Desculpa mas minha opinião é essa.

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  10. Izinha,
    Exemplo de boa música, o que realmente é bom e de valor na nossa cultura... tudo isso na SUA opinião (e na de centenas de milhões de outras pessoas, claro). Se me permite, não acho que o que falta é apreciar o que realmente é bom, porque isso é subjetivo. Nesse caso, nossos gostos se desencontraram enormemente, hehe.. e só isso.
    E não se desculpe: eu é que agradeço sua opinião. Discordando ou não, o importante é que as tenhamos, e fique a vontade pra discordar...
    Bjo pra ti.

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