16 dezembro 2009

Tropa de Elite: o filme cidadão



Salve, leitor do Pimentas. Tranquilo?

Seguinte, vou pisar num terreno minado, mas vou falar o que eu acho.

Tropa de Elite é um filme injustiçado.

Um elenco competente, uma história bem contada, uma produção cuidadosa... e mesmo com tudo isso, não foi indicado a uma vaga no Oscar.



Isso porque a turma que decide isso no Brasil é adepta do filme-choradeira. O Quatrilho é um bom filme, mas definitivamente não tinha caixa pro Oscar. Mas foi. Central do Brasil foi um filme competente e certinho, e se não fosse a magistral Fernanda Montenegro, não sei se era pro Oscar, mas foi.

Entretanto, Tropa de Elite, um filme sem crianças chorando e sem cornos trocando casais, não foi pro Oscar. O Brasil teve medo de indicar um filme forte, é isso. E na minha opinião, teria ganho fácil. Sei que o Oscar não é parâmetro pra bons filmes, mas quem não gostaria de ganhar um, pô?



A questão é que Tropa de Elite é um filme cidadão. O cidadão de bem não torce pro bandido. O cidadão de bem não torce pra esses bandidos com caras de coitados, nem quando eles tem caras de coitados, porque sabe que isso é só jogo de cena. Aliás, o cidadão de bem quer mesmo é que o bandido se lasque, meu amigo. Se exagera, ou se floreia a história a favor da polícia, eu não sei. Sei é que eu torço pela justiça, e ainda que Tropa de Elite mostre a justiça por um ângulo não muito favorável, eu me senti representado ao assistir o filme. O Brasil precisa de mais Capitães Nascimento e menos donos de morros a aporrinhar a vida de quem trabalha. E Tropa de Elite é um filme que mostra a história por um angulo que nos favorece, o ângulo do cidadão de bem. Se é que alguém ainda não viu esse filme, mesmo depois das milhões de cópias piratas que infestam o mundo, e mesmo depois do sucesso absurdo nos cinemas, recomendo.

3 comentários:

  1. Ponte, ótima a crítica e bem lembrado.
    O que agrada a esse povo é o chororô dos personagens principais!!
    Faltam Capitães Nascimento em muitas áreas da nossa sociedade!!!
    Abraços!!

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  2. Eu acoh que a questão é se as definições que nós temos de ética e civilidade não devem ser reformuladas (leia-se o sistema de punições nacional e a educação). Pra mim o que este filme questiona é: será que o que está acontecendo no Rio é certo mesmo, o negócio é botar pra fu... e fica por aí? ou o buraco é mais embaixo, a nossa cultura deve mudar? em outras palavras, a forma de ação do Capitão Nascimento é nada mais que uma reação à violência. E todos nós sabemos que pra mudar algo não devemos reagir, e sim agir.

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  3. Cesão,
    To contigo, é isso aí.

    arq4periodo:
    Também acho que tem que haver uma mudança de mentalidade, postura, etc. Mas acho também que hoje, de forma imediata, o cidadão precisa ser protegido. E o que temos visto é o contrário: bandido na rua, cidadão preso dentro de casa...

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