Silvio Santos e suas "não-homenagens" ao Lombardi

Olá leitores do Pimentas no Reino!

Silvio Santos é o que é graças à sua voz. De camelô nas ruas do Rio de Janeiro a animador da viagem de balsa dos tempos pré Ponte Rio-Niterói, a sua eloquência fez dele uma das pessoas mais bem sucedidas do Brasil. Pois foi dessa eloquência que senti falta no recente episódio do falecimento de seu “segunda-voz”, o fiel escudeiro Lombardi.

É conhecida a mágoa de Jô Soares por não ter conseguido levar o dono do SBT ao seu programa nos tempos do Jô Onze e Meia. Reza a lenda que o fato do primeiro entrevistado em seu programa na Globo ter sido o Dr. Roberto Marinho foi uma espécie de retaliação à postura de seu ex-patrão. De fato, se puxarmos pela memória não é comum vermos Silvio Santos concedendo entrevistas. Suas constantes aparições no Pânico na TV são um capítulo à parte (particularmente, vejo como estrategia de “sedução”para levar a trupe ao SBT). No mais, lembro de uma ou duas entrevistas ao CQC e um monólogo feito no microfone da Radio Jovem Pan AM de São Paulo. Não muito mais que isso...

Pelo que leu-se na imprensa, durante o velório de seu eterno locutor misterioso, ele teria afagado a cabeça do “colega de trabalho”-mór e dito “Faça uma boa viagem, meu amigo”. Essa cena, que não teve àudio ou vídeo registrados, não teve sua correspondente pública em nenhum momento no ar da “TV mais feliz do Brasil”.

Confesso que fiquei esperando no primeiro domingo posterior ao passamento do grande palmeirense Lombardi (deve ter morrido de desgosto com esse time que tanto fez sofrer seus torcedores, eu incluso) uma homenagem de viva voz de Silvio Santos...Nada!

Nos programas onde havia a participação da voz sem rosto mais famosa da TV, percebia-se uma leve mutilada na edição e a substituição por outra voz ou por meras imagens. Foi como se tivessem feito uma limpeza geral, apagando todo e qualquer resquício da voz que por tanto tempo foi a voz oficial do domingo do SBT. A “TV mais feliz do Brasil”, pelo menos nos programas apresentados pelo “Homem Sorriso”, perdeu uma excelente oportunidade de mostrar que também sabe ficar triste e, com isso, ser mais humana...