16 novembro 2009

Teatro é o C***alho, meu nome é Stand Up, P**ra!!!



Olá, leitores do Pimentas!

Desabafo: Stand-up comedy não é teatro. Sim, teatro pode ser stand-up. São os chamados monólogos cômicos, geralmente escritos por terceiros e interpretados por "primeiros" (o "primeiro escalão" da Rede Globo, por exemplo).

Da mesma forma que existe uma rivalidade "velada" entre Rio e São Paulo (que já podem conversar de boa sobre o "apagão", pelo menos) existe também um estranhamento entre a galera do teatro - não todos, claro, só os que moram em BH, Contagem, Betim, região metropolitana... - e o povo que faz comédia stand-up profissionalmente.

Primeiro porque, como já falei, é uma arte estupidamente marginalizada, inclusive por aqueles que são também vistos como "vagabundos", como por exemplo os próprios vagabundos e os atores. E 'por tabela' as atrizes, os diretores, produtores, etc. Eu sei, é f***, mas é fato. Quando comecei a fazer teatro profissionalmente em 2002 eu já percebia essa "resistência", muitas vezes inconsciente, como se eles - os profissionais de teatro - temessem uma "invasão" em seus domínios dos adeptos do stand-up.

O que é engraçado, porque é a mesma coisa que dizer, guardadas as devidas proporções, que o surgimento da televisão decretou o fim do rádio. Hoje a gente sabe que as duas coisas coexistem, não necessariamente em paz o tempo todo, mas estão aí, pra todo mundo ver e ouvir. Numa boa. Na santa paz de Deus.



Gostaria que em nossa área também fosse assim. Claro que fazer stand-up em teatro é milhões de vezes melhor, mais gratificante e recompensador do que em um bar, por exemplo. Todas as nuances e sutilezas, os níveis de abstração e de interação com a platéia são aproveitados ao extremo. E na hora de improvisar, então, que beleza!!! Orgasmos múltiplos para quem está no palco e para quem nos assiste. É uma boa "troca", sem dúvida.

No entanto, não queremos ocupar o espaço das peças teatrais, nem desmerecer o trabalho de ninguém! Não mesmo! Pelo contrário. Eu particularmente sonhava com uma parceria saudável onde todos se respeitassem e se ajudassem. É, eu morava na "Certolândia" e não sabia... Aff...

Bom, só queria concluir dizendo que esta rixa não é luxo nosso. Há cerca de 1 ano e meio atrás, a atriz, produtora e uma das fundadoras do Terça Insana, Grace Gianoukas, de São Paulo, afirmou em entrevista que não tem mais paciência para stand-up: "É um saco! Não suporto mais ouvir falar em stand-up. Tudo é stand-up agora. Virou moda. Os produtores locais cancelam apresentações nossas porque observam nossos gastos com figurino, maquiagem, iluminação, etc. E no stand-up não precisa de nada disso, sai mais barato. É complicado".

Moral da história: se os artistas - tanto do stand-up quanto do teatro - deixassem um pouquinho de lado seus respectivos egos, que ocupam continentes inteiros e obviamente, impedem qualquer outro de ocupar o mesmo lugar no espaço, as coisas talvez seriam melhores para todo mundo. Inclusive, claro, para a parte mais importante da equação: nosso público.

2 comentários:

  1. Putz, eu começo o texto falando que stand-up não é teatro e botam lá nos Marcadores... "Teatro". Caraca...

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  2. Doutor Ranieri,

    os marcadores não são parte do texto, mas apenas remetem a eles. Portanto, quem procurasse o tema Teatro, ia justamente encontrar o texto diferenciando o standup do teatro e todos os outros que direta ou indiretamente refiram-se ao teatro ou as coisas do teatro, ou do não-teatro, etc.....

    Pra não haver ruídos, da próxima vez me mande um email que conversamos sobre qualquer divergência.. okapa?

    abração

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