13 novembro 2009

Sérgio Mallandro e a anarquia do Glu Glu



Caros leitores do Pimentas no Reino,

Danilo Gentili já entregou os óculos escuro do CQC para o Lula. O Pânico, já deu uma faixa presidencial para ele no dia da eleição de 2006, antes de se fecharem as urnas. Mas nenhum deles se atreveu a perguntar ao presidente se ele gostava de Pinga com Cambuci...

O personagem principal desse post fez isso. Tudo bem que o Lula ainda não era presidente, mas em 1989, ele também não era o "Lulinha Paz e Amor", era ainda aquele Lula “raivoso” que assustava a classe média a tal ponto de fazê-la votar no primeiro Collor que aparecesse...



A TV se alimenta de pessoas como ele. Anarquia e irreverência no sentido mais puro da palavra. Chacrinha foi um deles. Enquanto os animadores de auditório se vestiam de terno e gravata (até hoje é mais ou menos assim) Abelardo Barbosa usava sua fantasia de palhaço para jogar seus bacalhaus para a platéia.



Enquanto convinha aos jurados (figuras sempre presentes na TV, até hoje, em maior ou menor escala) destacarem-se apenas pela sua forma de avaliar os candidatos (dos mais rigorosos como Aracy de Almeida a José Messias aos mais “bonzinhos” de Marcia de Windsor – não é de seu tempo, ela foi mãe de um dos Bozos... - a Marly Marley), nosso personagem, na época exatamente um jurado de televisão, destoava fazendo algo que hoje pode ser comparado um pouco com o Marcelo Adnet e suas tiradas rápidas, o Kibe Loco com suas montagens fotográficas, a turma do stand-up com suas histórias, os CQCs e o Pânico com suas perguntas bem sacadas... Isso, há 20 anos atrás. Foi também o único homem adulto que apresentou por anos, sem valer-se de bonecos auxiliares, um programa infantil.



Se ele tivesse parado nessa época,  teria virado um mito como aos poucos vemos que Mussum está se tornando (contra sua vontade, é claro). Não parou. Vinte anos na frente há 20 anos atrás, ele começou a escolher errado seus super-heróis (será que só eu lembro dessa música das Frenéticas?). Com talento para ser ele o copiado, preferiu imitar o João Kleber. Pegadinhas armadas, produção paupérrima, situações de mau gosto...Tosco, talvez fosse o adjetivo mais adequado. Ainda assim, esse programa dava audiências inimagináveis para quem o exibia (na época a CNT Gazeta). E, pra sermos justos, havia uma sátira impagável ao BBB e a Casa dos Artistas. Toda a sorte de “excluídos televisivos” (anões, gordos, feios...) disputavam uma cesta básica em um casebre com uma piscina de plástico como única forma de lazer...E, lembrando e analisando hoje, lá estava a Lívia Andrade...

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Os jovens que  fazem stand-up certamente não vêem em Sergio Mallandro como um “pai”, como enxergam em José Vasconcellos o seu avô mas cabe a esse carioca torcedor do Fluminense o papel de “tiozão” dessa molecada...Não é exagero não...Um elenco que podemos considerar como um dos mais cool  reunidos recentemente: Lázaro Ramos ,Wagner Moura, Taís Araujo e Jair de Oliveira, entre outros, reuniram-se para fazer um curta-metragem  em sua homenagem. O "Ópera do Mallandro" acabou prestando um serviço de extrema relevância ao nosso personagem, que ganhou um novo impulso perante um público jovem que de repente redescobriu os anos 80...


2 comentários:

  1. Eu sempre odiei esse imbecil sem talento...

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  2. O imbecil sem talento tá na mídia a mais de vinte anos... e tem nome. Ou seja, tira o ódio do seu coração, anônimo.

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