24 novembro 2009

Freddie Mercury prateado que nada

Oi povo do Pimentas!




Não tenho ídolos, sabe. “Idolatrar” alguém, no meu ponto de vista, é adorar sua vida e obra sem “senões”, sem ser capaz de apontar qualquer mancha em sua ilibada existência. E ainda não fui apresentada a uma alma assim tão pura e gloriosa.

Alguns chegaram muito perto e, se fosse pra considerar apenas sua avida artística, eu teria alguns poucos ídolos. Em meus (quase) 33 anos de vida, só chorei pela morte de dois deles: Vinícius de Moraes e Farrokh Bommi Bulsara. Teve a primeira vez que ouvi a música do Cãozinho Xuxo, a minha Cherrie tinha acabado de morrer também e eu chorei horrores, mas isso não conta.

Nasci e cresci ouvindo ambos. O Vinícius era gênio criativo. Tudo que escrevia era perfeito, seja como poeta, compositor ou diplomata. Fora as histórias lendárias, tipo ele compor na banheira, bebendo e fumando. O Toquinho é das maiores fontes de “causos Vinicescos”, e todos são hilários e impressionantes!

Mas hoje quero falar do Farrokh Bommi Bulsara. Não caiu tua ficha? Freddie Mercury, porra! Quem diria que um cara dentuço, esquisito e nascido em Zanzibar faria sucesso no mundo inteiro? Pois ele fez.

Se existe um homem no mundo cuja voz mereça inveja, é ele. “São quatro oitavas incluindo o falsete”, elogiava Monserrat Caballe após gravar com o cantor. Freddie sempre quis cantar ópera, mas não era esse o alcance de sua voz. Procurou Monserrat e descobriu que sua “idolá” era uma de suas maiores fãs, o que resultou no álbum Barcelona. Não conhece? Ofereça esse deleite a seus ouvidos

Performático e perfeccionista, transformava cada apresentação em um espetáculo semiteatral. Figurinos, poses e gestos inesquecíveis e cativantes, capazes de levar 250 mil pessoas a cantar em perfeita sintonia sob sua inesquecível regência. Confesso: sempre que ouço fico totalmente arrepiada, às vezes chego a chorar.



Cantar era tão natural, tão inerente, que não parecia estranho um cara descalço e de shortinho branco no palco, à frente de um gênio da física como Brian May – esse doido fez uma monografia sobre a poeira cósmica!.Seu talento para criar letras e arranjos era tão especial que, pasme, ele é o criador da música eleita “a melhor canção do século 20”. Optei por trazer a versão do clip exibida no filme Wayne’s World por retratar exatamente o que os apaixonados por Queen e Freddie Mercury sentem ao escutar:




Pensa cara: isso foi gravado quando não havia internet, digitech ou duzentos milhões de canais de gravação. Era no gogó e no culhão, ou o cara era bom ou virava Milly Vanilly. Os quatro integrantes do Queen cantavam muito bem, o que é comprovado em todo o álbum “A Night At The Opera”. (Nota da autora: aí vem o Axl Rose e assassina Bohemian Rhapsody num show, ao lado do Elton John. Sacanagem!)

Pra quem acha que o Freddie era uma bicha louca, tá meio certo. Lá pelos 18 anos de idade apaixonou-se loucamente por Mary Austin, seu único-e-verdadeiro-amor-do-sexo-feminino. Costumava dizer que Mary era sua “esposa legal”, e para ela ficou a maior parte de seus bens. Grandes amigos, a separação foi triste porém amistosa, Freddie finalmente sentiu-se livre para desfrutar de sua bissexualidade confessa.

Aí virou festa. Ninguém é de ninguém, quem não dança segura a criança e “vamo se querer”. Alguns anos de orgias depois, conheceu o cabeleireiro Jimmy, que foi seu único-e-verdadeiro-amor-do-sexo-masculino, com quem ficou até a morte. Em comunicado oficial, Freddie confirmou que era soropositivo em 23 de novembro de 1991. No dia seguinte o mundo ainda estava em polvorosa com essa notícia, e explode outra bomba: Freddie Mercury morre.

Cara, eu chorei. E chorei muito! Mas como diz Brian May em sua genial composição, “the show must go on”.

Vou ali escutar uns discos do Queen, té mais!

4 comentários:

  1. Muito bom o post! O Freddie era genial mesmo!
    O CD Made In Heaven cai como uma luva no dia de hoje...

    ResponderExcluir
  2. Ana,
    Sensacional seu texto.

    Também a-do-ro o Freddie. Tenho arquivado em mp3, o lendário show do Queen no Rock in Rio (1985 e eu nem vi, só tinha 3 anos!!!!). Quando chegou o áudio, vibrei igual criança que ganha brinquedo novo. Uma raridade incomparável. Emocionante. Sem comentários, o show fala por si mesmo.

    O canal Multishow reprisou esse mesmo show na última segunda feira (23). Ontem!!! Lembro que todos os canais falaram da morte do Freddie e a comoção se estendeu por dias ...

    Quem teve a oportunidade de acompanhar a trajetória do Queen, sabe do que falamos.

    E Vinicius, cara. Sem comentários...

    Beijos.

    ResponderExcluir
  3. Olá Ana! Bela homenagem, digna de apalusos.
    Texto interessantíssimo, já que hoje faz exatamente 18 anos que Freddie Mercury se foi. O talento desse grande artista sempre será inquestionável.

    Adorei!!!
    Parabéns!!!

    ResponderExcluir
  4. Érika, Beth e Kátia, muito obrigada peloa visita e pelos comentários!
    Não preciso dizer o quanto amo esse dentucinho... A morte dele foi uma das grandes sacanagens que a AIDS proporcionou ao meio artístico...

    ResponderExcluir

Apimente você também

Artigos recentes