20 novembro 2009

Chip no carro resolve a questão?




Olá amigos do Pimentas no Reino!

E lá vem mais impostos e ainda pior maior controle sobre nossos passos.

De acordo com este site, o governo federal anunciou mês passado (outubro) os detalhes para a instalação do Sistema de Idenficação Automática de Veículos (Siniav), em outras palavras um chip no nosso carro. São Paulo será a primeira cidade a monitorar sua frota de veículos através do tal sistema.

Vai permitir o monitoramento por trechos e não mais pontualmente, como agora. Com o chip no carro não adianta colocar o pé no freio ao passar pelo radar e diminuir a velocidade, existirão antenas implantadas por toda cidade.

O Siniav dispensa praças de pedágio, a cobrança será feita através do cartão de crédito, a comunicação será através de antenas, com frequências similares às dos celulares, sempre que passar por uma antena, as informações serão captadas, e transmitidas para uma central.

Os Detrans do país abastecerão uma base de dados com informações sobre os veículos roubados, furtados, clonados ou usados em sequestros. Facilitará muito a fiscalização do licenciamento dos veículos , multas, IPVA e inspeção de gases, o rodízio semanal.

Toda a frota de carros novos e velhos, terá chips colocado num prazo de 5 anos, e a instalação acontecerá quando do licenciamento do veículo seguindo a determinação da placas. Os carros mais novos já sairão da fábrica com o tal chip.

Parece uma maravilha, quando pensamos no quesito segurança, mas é um terreno perigoso se houver um mal uso das informações adquiridas.

Em poucos minutos, poderão saber se num caso de sequestro ou roubo, onde o carro está localizado. Até num sequestro relampâgo, se for comunicado rapidamente poderão saber o paradeiro do veículo. E a situação controlada.

Essa história tem um outro lado, ficamos a um passo da famigerada cobrança de pedágio dentro da cidade, que vira e mexe volta à baila. Com o chip no carro, as antenas espalhadas por todos os lados, para a implantação de pedágio na cidade é questão de vontade somente. E vontade não falta para nosso políticos na saga de arrecadação.

No quesito velocidade, esta poderá ser implantada bem abaixo da normal, por exemplo, onde se poderia andar tranquilamente a 50 km por hora, será determinada 40 km. As canetas dos amarelinhos vão funcionar desvairadamente preenchendo talonários de multas. Embora na cidade o congestionamento facilmente resolverá a questão do excesso de velocidade, ficamos mais parados do qualquer outra coisa, para ocorrer multas por excesso. Mas mesmo assim serão multas virão por vários motivos.

Com o pretexto de implantar maior segurança, mais um imposto pra cima da população, que já paga os mais altos e a maior quantidade de impostos e taxas do mundo. O imposto do chip.



 A liberdade é castrada, vão saber por onde você anda, e o mal uso das informações dependerá do humor e intenções de poucos que estão no poder. Nesse sentido, já existe algum controle através das notas fiscais com RG implantadas pelo Serra, em São Paulo: sabem tudo o que você consome.

Teremos nossos passos controlados, por qualquer tipo de pessoa ou organização, estando sujeito à clonagem, ao uso das informações coletadas para qualquer outros fins.

O cerceamento e controle vem vindo de cima pra baixo à conta gotas, de forma homeopática, para passar desapercebido por nós. Devagarinho um controle do Estado sobre a população nos moldes daquele comentado tão criticamente, no livro “ 1984” – O Grande Irmão, de G. Orwell, está sendo implantado. A desculpa: segurança.

Na Europa, em alguns países, existe modelo semelhante de fiscalização, mas em estradas. Em contrapartida as estradas são excelentes.

A fraude será fácil, hackers poderão facilmente alterar a frequencia, ou desligar o aparelho, com um botão liga e desliga. Moral da história, somente os honestos arcarão com a penalidade de estar chipado.

Como dizem estamos a um passo de também criar um chip para o corpo, e o pretexto é fácil de convencer: sequestro.

Resolver a questão com uma política de segurança pública realmente eficaz, nem pensar. Fica a desconfiança de que a insegurança que vivemos é de caso pensado.

“- Deixa correr solto, porque depois implantamos o Siniav, e vão achar uma maravilha!”

Criar a insegurança para vender a segurança. Criar o problema para vender a solução. Esse é o modelo.

Mais acertado seria um chip nos ladrões, nos bandidos, nos corruptos, nos maus políticos. Não no meu carro, ou no seu.

Mas me fala, quem iria colocar o guizo no gato!?

Fui.

3 comentários:

  1. Ídala, ótimo o texto!!

    Todas as decisões sobre segurança pública esbarram na relação direitos individuas versus direitos da coletividade.

    Perderemos um pouco da privacidade de ir e vir de qualquer lugar sem ninguém saber a fim de se ter um pouco mais de segurança. O Direito individual perde pro coletivo!!

    Não sabia dessa história de ter que colocar o número do RG nas notas fiscais, em que muda isso???

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  2. A Segurança é dever do Estado. Todo cidadão tem a ela o pleno direito. No entanto, o estado incompetente transfere aos cidadãos o ônus da sua inabilidade. Culpa? Novamente afirmo, não é dos políticos, é do sistema que permite que o eleitorado os coloque lá. O voto popular continua sendo um erro no Brasil. As pessoas não lêem, e quando lêem, não entendem o que está escrito, não há uma massa crítica que permita a escolha destes que estão no "poder", e a formação da juventude é desesperadoramente superficial, sem valores nem conceitos. O seu texto é muito sério, o assunto deveria estar abalando a imprensa. Que nada, o Big Brother (programa) por aqui, continua sendo mais importante. Em breve, todos faremos parte do espetáculo.

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  3. Um absurdo! Não existe apenas o risco de violação do sigilo e uso dessas informações por criminosos.
    O problema é a violação de um direito fundamental: o direito à individualidade. Não existe individualidade sem liberdade. O Estado não pode estar acima do indivíduo e vigiá-lo. Nenhuma pessoa (física ou jurídica) pode ter o direito de alienar nossa liberdade, nosso direito de escolha entre o certo ou o errado, entre pagar ou deixar de pagar um imposto, entre ultrapassar ou respeitar a velocidade regulamentar, etc. Esse tipo de controle do indivídulo, castra a própria humanidade, que é feita de escolha, de erros, acertos e aprendizado. Se alguém erra, deve pagar, mas deve ter o direito de errar. Do contrário, seremos apenas robôs teleguiados. É difícil alguém entender isso???

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