03 outubro 2009

Mercedes Sosa: Si se calla el cantor...


Que no calle el cantor porque el silencio cobarde apaña la maldad que oprime, no saben los cantores de agachadas no callarán jamás de frente al crimén. Si se calla el cantor... calla la vida.

Amigos leitores do Pimentas no Reino,

O mundo voltou seus olhos à América do Sul essa semana por um motivo festivo. O Rio de Janeiro foi escolhido como a sede da Olimpíada de 2016, trazendo pela primeira vez o segundo maior evento do esporte mundial ( a Copa está em primeiro, sempre...não sou um poliesportista). A cidade mais iluminada do mundo fez o mundo voltar seus olhos ao continente sul americano de forma extremamente positiva.

Não há muito tempo atrás, nosso continente também atraia atenção do mundo, mas por motivos bem mais sombrios. Não por acaso, ficaram conhecidos como "Anos de Chumbo". Não só no Brasil. Chile, Paraguai, Bolívia...todos tiveram seu ciclo de presidentes militares. E se os olhos do mundo viam com atenção esses períodos de exceção, os ouvidos do mundo livre se abriam para a voz de uma argentina, vinda de uma terra também castigada pelo flagelo das ditaduras. La Negra. Mercedes Sosa.


Fernando Pessoa falava sabiamente em "Se queres ser universal, canta tua aldeia". Foi o que ela fez. Expandindo suas fronteiras, fez da América do Sul sua pátria e cantou como poucas sua aldeia.

Fez-se universal.

Cantou sua terra, mas não de forma ufanista. Longe de ser um Dom & Ravel de saias. Cantou sua terra e a liberdade. Cantou a liberdade, o amor à pátria e a esperança em dias melhores. Mas não só isso. Sabia valorizar os poetas. Cantou com Fagner, Milton Nascimento, teve músicas por ela eternizadas regravadas por artistas do porte de Elis Regina e Chico Buarque.

Sua voz sempre representará por si só um hino de resistência. Podia citar muitos trechos de tantas músicas que marcaram sua carreira para encerrar esse texto. Vou citar uma, na certeza de estar sendo simultaneamente feliz e injusto:

Todas las voces todas, todas las manos todas,
toda la sangre puede, ser canción en el viento.

Canta conmigo canta, hermano Americano,
libera tu esperanza con un grito en la voz.

3 comentários:

  1. Essa voz, é eterna.....emociana, arrepia, dói e encanta nossa alma....
    Voz de força, de paixão, de pura emoção, aguça os sentidos...
    ETERNA..............................

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  2. ''Métale a la marcha
    métae a tambor
    métale que traigo
    un pueblo en mi voz!''

    A vontade que se tem,ao ouvir La Negra cantar,é de fazer uma revoluçao.É preciso deixar de ser apenas vontade.Que toda a luta contra as ''ditaduras disfarçadas'' seja embalada por sua voz forte e honre a todos de viveram de fato pelo ideal de liberdade!

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  3. resposta de um amigo meu a quem enviei cópia desse post:

    "OBRIGADO CESAR

    REALMENTE HOJE É UM DIA MUITO TRISTE PRA MIM...ACOMPANHO LA NEGRA DESDE 1981, QUANDO ASSISTI AO CONCERTO DELA NO GIGANTINHO...GUARDO EM MINHAS RETINAS ATÉ HOJE AQUELE DIA...TENHO ATÉ OS INGRESSOS GUARDADOS...ELA SE VAI, MAS SUA OBRA FICA PRA ETERNIDADE...SUA MANEIRA DE CANTAR IMPAR...SEU CARISMA...SO ME CABE DIZER: GRACIAS NEGRA POR TODO...PERMANECERÁS SIEMPRE EN MI CORAZON...
    UM GRANDE ABRAÇO
    SERGIO"

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