Pré-(elei)sal

É possível criar um candidato? Disse um publicitário certa vez: “dê-me a verba necessária que mudarei o rumo da história”. E é exatamente assim que funciona. Aqui, na nossa querida capital foi exatamente o ocorrido nas últimas eleições. Implantaram um poste para iluminar, ou apenas sustentar lâmpadas? Ainda não deu tempo de saber, mas espero, de coração, que seja coisa boa.

Bom, enfim, isto foi feito também, há 10 anos, quando o governador de um dos estados mais pobres do país sagrou-se presidente da república. Mas disto pouca gente deve se lembrar, afinal, memória política é artigo de luxo para o brasileiro.

O fato é que agora estão tentando nos empurrar garganta abaixo um nome (porque até outro dia era apenas isto que nossa ministra era) como candidata do governo que tem feito sua obrigação, bem feita, há algum tempo.

E qual seria o approach desta campanha? Claro que algo da moda. O pré-sal. O pessoal do marketing sabe que não existe memória política, muito menos o povo se lembra do que foi prometido em campanha para cobrar depois. Vão meter as caras em um tema extremamente delicado e perigoso para o país, afinal, em tempos de diminuição da emissão de gases que afetam o efeito estufa, e com sua capacidade máxima de produção prometida para daqui há 10 anos, justamente quando TODOS os países estarão em plena diminuição das emissões. Ou seja, o Brasil está pegando a contramão de uma via sem volta, e, prometendo mundos e fundos para as pessoas ficarem felizes com o governo e sua candidata. Sem falar que a cada dia o custo do barril de petróleo cai um pouco e, até hoje, não foi possível mensurar o custo de produção do que for retirado da camada pré-sal.

Mas isto vai importar? Afinal, as eleições são no próximo ano, o ápice da produção daqui há 10, os danos, serão para o resto da vida. Será que o brasileiro sabe disto? Você sabe disto? Então, vá se informar antes de votar, por favor, e vê se não estrague mais nada por aí.