14 outubro 2009

Muzambinho no topo do Jornalismo Esportivo Tupiniquim





Caros leitores do Pimentas do Reino,

Acompanhamos recentemente aqui no Pimentas alguns posts interessantes sobre jornalistas esportivos, mas eis algumas histórias que merecem ser contadas aqui...

Era uma vez um jornalista que falou que determinado ouvinte pegava no seu p**, que a uma e meia da manhã da quinta-feira dava o placar de um jogo "em andamento" que havia sido no sábado anterior, que fica na frente da televisão em que seu narrador está fazendo um "tubo" e que vive falando os nomes "cacofônicos" que seus ouvintes gozadores mandam.

Em condições normais, um profissional desses não teria muito tempo de vida em qualquer emissora que se preze. Mas não nesse caso. Não estamos falando de qualquer um. Estamos falando de um dos maiores nomes da comunicação esportiva no Brasil, juntamente com Nelson Rodrigues e Osmar Santos. E, sendo assim, Milton Neves pode tudo.






Esse mineiro de Muzambinho é uma máquina de fazer sucesso. Aliás, melhor dizendo, nas palavras dele "Minha carreira não é marcada pelo excesso de sucesso, mas sim pela ausência de fracassos". E esses "não fracassos" acabaram fazendo dele também uma máquina de fazer dinheiro. Tê-lo na equipe é sinônimo de atração de grandes anunciantes. Perdê-lo, significa ter que aceitar redes comerciais locais como patrocinador (que o diga a Rádio Jovem Pan, onde trabalhou por mais de 30 anos).

Comparativamente, o elenco de anunciantes que o segue em suas diferentes "tribunas" (como ele gosta de falar) só pode ser comparado, em termos individuais, ao Faustão (com quem trabalhou nos anos 70, aliás - ele nos estúdios e o Fausto Silva atrás dos gols, como repórter esportivo, dando suporte ao Osmar Santos, outro gênio).




Aliás, colocá-lo no mesmo seleto time de Osmar Santos faz sentido também sob a ótica do ról de inimigos que angariaram. São muitos. Um em especial: Juca Kfouri...O sociólogo Juca Kfouri nutre uma admiração figadal às avessas por Milton Neves (exatamente ele, que deu a primeira chance ao seu filho, André Kfouri, nos anos 90) pela mesma razão que divergia publicamente de Osmar Santos: a capacidade de um e de outro em ganhar dinheiro. Muito dinheiro. Dinheiro honesto.






É claro que há toda uma discussão filosófica se jornalistas podem ou não fazer propaganda. Particularmente, concordo com Joelmir Beting, em especial quando se fala em jornalismo esportivo : “Se o jornalismo se envergonha da publicidade que trate de sobreviver sem ela”.

O que é ponto pacífico é que os jornalistas devem ser plenamente isentos em relação aos personagens de seus ofícios. Isenção não quer dizer não ter qualquer sentimento.

Peguemos um caso concreto, envolvendo os dois maiores rivais do jornalismo esportivo brasileiro. Milton Neves ama Pelé desde criança. Foi o Santos de Pelé que deu o norte para aquele garoto de família humilde escolher o que queria fazer da vida. Juca Kfouri também adorava Pelé, que lhe concedeu talvez a maior entrevista de sua carreira, nos tempos de Playboy, durante uma Copa América nos anos 90. Juca Kfouri foi quem indicou o nome de Pelé para o ministério de FHC, após ter recusado ele próprio o convite.



Clique na imagem para ampliá-la




Consta que aconteceu uma relação comercial entre as empresas de Juca Kfouri e de Edson Arantes do Nascimento em época simultânea a essa famosa entrevista. Nada ilegal, nada que fira qualquer tipo de legislação. Mas exatamente por se tratar de Juca Kfouri, o paladino da ética no jornalismo, o arauto da moralidade, o episódio ganha outra dimensão. Inverta os papéis e imagine o escândalo que não seria feito se Milton Neves fosse flagrado recebendo dinheiro de um entrevistado...Na esteira kfouriana, alguns outros também se tornaram seus inimigos, como Roberto Justus, Jorge Kajuru, Silvio Luiz...




Mas há também quem o adore e não tem um microfone para declarar isso. Ex-jogadores, antigos jornalistas e seus familiares possuem no portal ( aliás, o primeiro site de um jornalista esportivo brasileiro) como fonte de recordação de suas carreiras. Em um país acusado de não ter memória, a sessão "Que fim levou?" resgata milhares de nomes que ajudaram a fazer do Brasil o país do futebol.





E qual a razão de fazer um post sobre Milton Neves ?

Ah...Certamente hoje ele é um dos jornalistas mais apimentados do Brasil...

2 comentários:

  1. faltou citar os comentários feitos pelo dono da jovem pan, em um livro, a respeito do comportamento do senhor milton neves.

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  2. Caro Anônimo,

    Sobre a Jovem Pan e seu proprietário fico com o texto de um ex-funcionário de lá: http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/2006/02/16/lembrando-a-tupi/

    sds,

    Fernando Miller

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