05 outubro 2009

JORNALISMO ESPORTIVO: Tem que ser muito mulher pra conseguir ser mulher



Oi povo do Pimentas!

Troquei emails com a Dimara Oliveira (foto).

Para quem não conhece, ela comanda o esporte da Rede Bandeirantes de televisão em Minas Gerais e apresenta o "Minas Esporte", uma das profissinais mais renomadas da área.

A pergunta inicial foi: "você já sofreu preconceito no ambiente de trabalho por ser mulher?"

Agora sei que, quando crescer, quero ser a Dimara!

Não há melhor forma de dizer isso que não pelas palavras dela:

"São 20 anos de carreira. Quinze na TV Bandeirantes e cinco na assessoria de imprensa do Cruzeiro e nunca sofri nenhum tipo de preconceito. Pode parecer estranha essa afirmação, mas procurei sempre me pautar pela ética, pela correção e pelo comportamento bem mais sóbrio, do que qualquer profissional masculino, isso porque nós mulheres temos que ter um comportamento ainda mais correto, exatamente para que não paire nenhum tipo de dúvida. E não é só no jornalismo esportivo, acho que em qualquer carreira.

Tenho amigas , juízas, promotoras, administradoras de empresa, com vários cargos de chefia que sentem da mesma forma, além de estarmos sempre provando que temos a mesma capacidade, temos que ser muito mais profissionais. Na época da assessoria de imprensa então, era ainda mais visada ficava 24 horas por conta de um time de futebol e fui a primeira mulher a exercer esta função no Brasil.



Posso te dizer que neste tempo de trabalho no jornalismo esportivo sempre tive e tenho o respeito de colegas de profissão, de jogadores, dirigentes e do meu telespectador, ou ouvinte. É bom lembrar que temos sempre bons e maus profissionais, homens e mulheres em todas as áreas. Prefiro sempre estar falando de profissionais e não existe homem ou mulher existe o jornalista.

Quero novamente deixar claro que não é só no jornalismo esportivo, é de uma forma geral, na vida e, mais do que isso e talvez por isso, hoje somos muito mais bons exemplos do que os homens. Boa conduta moral, respeito aos direitos dos outros, passaram a ser qualificação, quando na verdade é uma obrigação. Ainda estamos aprendendo a viver em um país democrata com poucas atitudes democratas. Pagamos um preço pela exposição, mas te confesso: todo este comportamento fez sempre parte da minha índole e nunca foi um peso. Nada contra quem não acha que este deva ser o comportamento, ou a forma de agir.

Tenho os meus conceitos e a forma de conduzir a minha vida e não abro mão daquilo que acredito. E depois, sem muito escândalo e mostrando no dia a dia, conquistei meu espaço e o respeito de homens e mulheres a minha volta. Acho que isto é o que verdadeiramente importa. Comando hoje uma equipe totalmente masculina, e comando de verdade, acho que isto já deixa bem claro que chegamos pra ficar. Sei do que sou capaz, sou respeitada por isso e nunca tive que abrir mão da minha situação de mulher.

Tive meus dois filhos apresentando, fazendo reportagens, cobertura de seleção brasileira, grávida. Amamentei e tive o respeito da empresa onde eu trabalho para exercer a minha condição materna. Acho que isso mostra que quando você é profissional de verdade, tudo faz parte de um cotidiano: direitos e deveres de todos nós." @DimaraOliveira

Mais algumas palavrinhas da Dimara:


Sim, pagamos um preço muito alto, e ainda não sei quantas parcelas faltam pra quitar essa conta.

Vou ali ter certeza de que tenho me dedicado ao máximo, té mais!

Um comentário:

  1. Ana, obrigada pelo carinho e sensibilidade.
    Você é uma vencedora.
    Beijos
    Dimara Oliveira

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