17 setembro 2009

(infelizmente...) 9 anos de televisão no Brasil?


As versões oficiais dizem que a TV no Brasil começou com a Lolita Rodrigues ( era para ser a Hebe, mas ela foi namorar nesse dia...) cantando um hino que começava com a frase "Vingou como tudo vinga no teu chão de Piratininga..." em 1950. É uma meia verdade. A TV no Brasil, na verdade, data de 23 de julho de 2000, estréia do reality show No Limite na Rede Globo. Talvez você ainda se lembre, foi aquele programa que a vencedora foi uma loira gordinha, Elaine se não me engano...

Mas você pode me contestar. Já existia TV no Brasil antes disso, e era até colorida...Você cresceu vendo o Cid Moreira, o Silvio Santos, o Flávio Cavalcante, o Balão Mágico...(talvez o Vila Sésamo e a TV Globinho com a Paula Saldanha...não vamos entregar assim nossas idades, não é mesmo...?). Eu reafirmo: não existia TV no Brasil antes do No Limite.



Caros leitores do Pimentas no Reino,

Explico: tudo que assistíamos naquilo que chamávamos de televisão até essa data era apenas e tão somente rádio com imagens. Das transmissões esportivas (até Formula 1 e boxe) ao Sinhozinho Malta, dos tantos concursos de calouros até todas as Praças e Escolinhas...Tudo teve sua origem no rádio. Até os grandes profissionais da TV.

Eu ainda me lembro do programa de Rádio do Silvio Santos na Record e da Hebe na Rádio Mulher, aqui de São Paulo.

E os filmes e seriados, você certamente está pensando,eles não passavam no rádio...Filmes eram basicamente feitos para cinema e tinham na TV uma espécie de asilo. Depois de fazer toda a sua carreira em cartaz nas principais salas (aquelas mesmas que depois de virarem cinemas pornôs se converteram ao Evangelho e viraram igrejas...) eles encontravam nas emissoras de televisão um fim digno para sua existência.

Eis que ciosa de seu dever de levar o Brasil para o primeiro mundo televisivo a Globo importa (na verdade, nesse primeiro momento contrabandeia...) enfim um modelo que rompia de vez com tudo que existia. Com elementos que envolviam problemas de convivência interpessoal, histórias de superação física e psicológica e uma acirrada competição, tudo envolto em um cenário paradisíaco e estimulado por um prêmio milionário o No Limite foi o primeiro programa de televisão pensado única e exclusivamente para a televisão. Jamais caberia no rádio, como tudo que havia sido feito dali para trás caberia.

Se a Globo trouxe o formato sem declarar à alfandêga de alguma de suas viagens à Miami, coube a um ex-camelô colocar de vez na praça os chamados "shows de realidade". E em grande estilo: negociou com o legítimo detentor de seus direitos até se sentir seguro de que havia aprendido como funcionava o produto e não bateu o martelo. Deixou eles fecharem negócio com a Vênus Platinada e, antes dessa levar ao ar o formato, surpreendeu o país com a Casa dos Artistas. E aqui, uma confissão ( ou um mea culpa): quem não torceu pelo Supla ( ou contra o Alexandre Frota) que atire o primeiro mouse na minha cabeça.



Apesar do sentimento inicial da Globo de revolta contra o plágio do formato pelo qual haviam pago muito dinheiro, tenho certeza que depois ele se converteu em gratidão: Silvio Santos transformou aquele formato em algo altamente palatável para as classes C e D, fenômeno que foi não só detectado pela emissora carioca como também instrumento de marketing, a ponto de ter havido promoções nesse longo período de existência do programa que sempre faziam com que integrantes dessa classe social dele participassem.

Daí para a frente, todos conhecem a história...Hoje quase todo canal teve ou tem seu reality show.
E agora a pergunta: isso é bom? Em minha opinião poderia ser ótimo, desde que esses programas valorizassem algum talento ou qualidade positiva de seus participantes. Nem sempre é o que se vê. Programas como O Aprendiz ainda valorizam a capacidade de gestão e de relacionamento profissional de seus participantes, com um prêmio que, na verdade, representa ser um desafio ainda maior que os enfrentados no programa, mas e os outros ?

Sem nenhum resquício de moralismo, mas qual a utilidade de um BBB ? De mais de uma centena de participantes, quantos se consolidaram na carreira artística demonstrando algum talento ? Sabrina, Grazi...Jean Willys, talvez ? Quem mais...? Para ficar naquele eterno jogo de esconde-esconde do que acontece debaixo dos edredons eu prefiro o 7 Lives Xposed da Playboy TV...
Enfim...está provado: TV é essa coisa que surgiu de 2000 para cá. Eu, particularmente, continuo preferindo rádio.

3 comentários:

  1. Meu bom Leandro!!
    Ótimo o post!!!
    É uma pena mesmo que a TV brasileira ainda continua com velhas fórmulas de programação, programas que a mais de 10 anos são a mesma coisa....
    Mas isso fica pra um outro post!!!
    Abraços!!!

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  2. Legal!Quando morava em São Paulo ha uns 30 anos, ouvia o programa da Hebe pela rádio mulher e SS pela rádio nacional de SP

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  3. putis ! adorei o post parabens abraço leandro.
    vc ta certo sempre a mesma ladainha de sempre.
    10 anos. O mais ruim e as brigas de emissora e muito chato não suporto:D

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