15 julho 2009

Netinho e o "Programa da Gente". Da gente?





Salve, leitor.

Pois é. Tirei um sábado e resolvi prestar atenção no Programa da Gente (SBT, Sábados a tarde), capitaneado pelo Netinho de Paula, o vocalista de pagode mais imitado do mundo. Não tava com animação suficiente, mas acabei me dedicando a esta tarefa depois de saber que o programa é dirigido pela Marlene Mattos, o cérebro por trás do boom da Xuxa nos anos 80, e alguma coisa dos anos 90 (e sim, a expressão "boom da Xuxa" tem um efeito sonoro bem distinto).

O fato: não se trata de um programa revolucionário. Não leva a pecha de "bem feitinho", expressão cunhada pelo Luciano Huck ao descrever o CQC. É apenas um programa de TV. Uma colcha de retalhos composta de concurso de pagode (e quanto mais bandas vão lá, mais eu me convenço que são todas rigorosamente iguais), uns debates que devem ser interessantes pra alguém nesta vida (e não é o meu caso), e o traço assistencialista marcante nas produções do SBT, aquele em que eles pegam alguém que tá meio caído e dão uns prêmios, uma grana e quinze minutos de fama: o Dia de Princesa (cada princesa...).

Bom: o fato é que o nome do programa não me diz respeito. Não me incluo no "gente" a que eles se referem, pelo simples fato de que eu não gosto. Acho que é um produto oferecido a um determinado público, e certamente não estou nessa lista de agraciados (obrigado, Senhor). Mas tem o seguinte: o Netinho (aquele mesmo, que enfiou a porrada no Vesgo).

Lamento, mas o rapaz não convence. Vai ver é o excesso de maquiagem, penso eu. Mas ele não me convence, não me transmite a credibilidade que talvez me fizesse assistir o programa com um pouco mais de boa vontade. Acho que ele é artificial demais, tanto quanto o programa. Tá, tudo bem, ele se esforça com bordões que frequentemente atestam o fato de ele ser "mano", de ser da periferia, de ser "da gente". Pode ser, como eu disse o treco todo é feito pra um público do qual eu não faço parte. Por isso é que eu só assisti a três programas. Um, pra conhecer. Outro, pra ver se é aquilo mesmo. O terceiro pra atingir um nível de birra suficiente pra afirmar categoricamente: o Programa da Gente é um verdadeiro pastel de rodoviária, coisa nenhuma com nada dentro.

Aproveite e use as tardes de sábado pra ler o Pimentas no Reino, um bom livro, uma bula de remédio, sei lá... mas não perca seu tempo com o Programa da Gente, não dá pé.

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