16 julho 2009

Estudiantes: O Campeão da América que poucos viram


No primeiro jogo da final da Copa Libertadores da América 2009, o da ida, o Cruzeiro arrancou um empate em 0x0 do Estudiantes em plena La Plata. Só o mais ingênuo dos ingênuos acharia que tudo estava resolvido por conta disso.

Na partida de ontem, a da volta, o que se viu foi um Cruzeiro nervoso, sem conseguir criar muita coisa. As duas estrelas do time mineiro, o meia Ramires e o atacante Kléber, não viram a cor da bola. O resultado final foi um 2x1 de virada para o time argentino.


O primeiro tempo foi digno de uma final de Copa Libertadores: jogo amarrado, truncado, com muitas faltas (desleais) de ambas as equipes. Os dois goleiros tiveram pouco trabalho.

O roteiro parecia pronto: algum salvador cruzeirense acharia um chute de fora da área e então seria aguardar o término do jogo, colocar a faixa de campeão e comemorar. Em 1997, o segundo e último título de campeão do continente conquistado pelo Cruzeiro, já havia sido desta forma. O herói, Elivelton.

E tudo se mostrava ainda mais resolvido quando Henrique, de fato, acertou um tiro de fora da área aos 6 minutos do segundo tempo. 1x0 para o Cruzeiro, que, com o script pronto na cabeça resolveu relaxar. E, obviamente, porque a complexidade do futebol parece óbvia nesses momentos, levou o empate 6 minutos depois, em cruzamento de Cellay e finalização de Fernández. 1x1 no Mineirão.


A verdade é que os jogadores do Cruzeiro, que são jovens, não esperavam por isso e se abateram em campo. E aos 27 minutos tomaram a virada. Verón, ídolo argentino, cobrou escanteio e Boselli fez 2x1.

A partida, então, se tornou um drama que só aumentou aos 41 minutos quando Thiago Ribeiro, que tinha entrado no lugar de Wellington Paulista, enfiou uma bala no travessão.

Mas já era tarde e o que ninguém ainda tinha percebido é que era outro roteiro que estava finalizado: o que mostra a supremacia do futebol argentino sobre o brasileiro na Copa Libertadores.


Foram 4 derrotas em finais somente nesta década. Além da partida de ontem, Boca Juniors venceu Palmeiras, Santos e Grêmio, respectivamente em 2000, 2003 e 2007. Os brasileiros também perderam finais para o Olimpia (Paraguai), que derrotou o São Caetano em 2002, e LDU (Equador), que ganhou do Fluminense no ano passado.

Os clubes argentinos ganharam 22 Libertadores, contra apenas 13 taças levantadas por brasileiros. E perderam somente 8 finais, contra quinze derrotas nossas.

Muita gente pode dizer: “ah, mas os clubes brasileiros não se importavam com a Libertadores”. E o que eu digo é: muita gente AINDA não se importa.

Pelo menos a direção inteira da Globo ainda não se importa. Não mostrar, para várias cidades do País (incluindo capitais) uma disputa final pelo título maior da América é tratar o consumidor como palhaço. E acredito, sinceramente, que deveria haver punição para eles.

E também para a CBF, que marca jogos de outras competições em dias finais de Libertadores. Realmente não me importa se o calendário foi atrasado por conta da gripe suína, dá um jeito, vocês são bons nisso.

O dia de ontem foi triste para a torcida do Cruzeiro, que não viu seu time levantar a taça, mas foi trágico para todos os que amam futebol.

Fonte

Não é mole!

Já fui!

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