08 junho 2009

Trapalhões originais: saudades do que era realmente bom!


Esse, meu caro leitor, vai ser um daqueles posts difíceis de escrever. Apesar do tema.

Você teve, em sua infância, coisas que lhe marcaram a memória, e que jamais serão esquecidas. Eu tive, além de uma meia dúzia de chineladas, algumas pérolas das quais não há como esquecer. Dentre tais pérolas, Os Trapalhões.

Antônio Renato Aragão, segundo tenente da infantaria e advogado. Manfried Sant'Anna, artista circense. Antônio Carlos Bernardes Gomes, diploma de ajustador mecânico obtido no colégio interno, e sambista. Mauro Faccio Gonçalves, que deixou de lado o curso de arquitetura por falta de verba. Esse grupo tão heterogêneo converteu-se em Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, e Os Trapalhões foram, durante mais de vinte anos, a referência do humor nacional.

Sou do tempo em que as 19 horas de domingo demoravam a chegar, sabe? A gente mal conseguia esperar a hora de ouvir aquela musiquinha, e começar o programa. O jeito debochado e tresloucado do Didi, a seriedade do Dedé, a ginga do Mussum, a inocência do Zaca. Esse pequeno conjunto de fatores criou uma máquina de fazer rir como jamais vista no humor brasileiro. Uma máquina que tinha a habilidade de agregar valores, dentre os quais Carlos Kurt (o vilão mais carismático dos anos 70), Jorge Lafond (Vera Verão em sua melhor fase), o insuperável Tião Macalé, o simpaticíssimo Roberto Guilherme (grande sargento...), e vai por aí.

Por que falo nisso hoje?

Porque hoje, meu caro leitor, justamente quando não tem mais sua turma, Didi bota no ar um programa chamado Turma do Didi. E a cada vez que ele tenta vestir o Jacaré de mulher, como era com o Mussum, ou a cada vez que ele tenta empurrar o Tadeu Mello como uma versão moderna do Zacarias, ou a cada vez que ele tenta emplacar o Marcelo Augusto como o galã atrapalhado que o Dedé foi um dia... eu sinto a saudade da minha infância apertar no peito. Porque Trapalhões era um programa inacreditavelmente simples, cheio de piadas sexistas e óbvias, com cenários toscos e roteiros idem... mas tinha quatro sujeitos que sabiam tudo de humor, eram feitos de humor.

Saudade, leitor, saudade... e agradecimento por ter uma infância bem mais divertida com este time de ouro. Infância que, infelizmente, a criançada de hoje não terá, muito menos com a atual Turma do Didi, que eu acho que é pimenta no passado glorioso do quarteto original. Cacildis!

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