04 junho 2009

Miguel Falabella sabe: errar é humano


Meu amigo leitor, não é fácil, não.
Tem dias em que eu acordo, e não consigo produzir uma linha sequer de texto com o mínimo de qualidade que eu acho que você merece. Nesses dias, não escrevo, e deixo o pobre Zé atarefado em dobro. Já devo estar devendo pelo menos uns quatro pets de Coca Cola pra ele, por não deixar a pauta travar. Enfim... se isso não é fácil, imagina se é fácil ser autor de novela, cantor, ator, diretor, escritor e tudo mais que o sujeito aí da foto é? Deve ser muito difícil ser Miguel Falabella.

Não conheço o cidadão. Nunca falei com o mesmo. Cansei de ver gente falando maravilhas e horrores dele. O fato é que é um artista multimidia, completo, talentoso. Mas deu uma tremenda bola fora, ao tentar ofender a personagem Bozena (Toma Lá, Dá Cá, terças, depois do Casseta), interpretada pela fantástica Alessandra Maestrini, usando o termo "autista". Aí, meu caro, foi tiro no pé.

Não vou me alongar na questão sobre a suposta ofensa. A questão é que o próprio Miguel Falabella percebeu o erro, e pediu desculpas publicamente pela gafe. Não basta ter talento, ser inteligente, ganhar uma bela grana. Não se pode perder a humildade. Reconhecer um erro da forma como o Falabella fez não conserta nada, mas mostra que o cara sabe quando errou. Essa qualidade, tão em falta lá em Brasília, é louvável. Errou feio, mas merece desculpas pela humildade que demonstrou. E o perdão cabe bem em qualquer situação (já dizia o Renato Russo: "o sândalo perfuma o machado que o feriu"). Parabéns ao Falabella por, apesar de ter cadeira cativa no Olimpo do talento brasileiro, descer do salto e fazer um mea culpa. Porque talento sem humildade é pimenta nos olhos da soberba, meus amigos.

4 comentários:

  1. Falou tudo. Também sou fã do cara e nem fiquei sabendo dessa gafe. Mas a maioria dos artistas não foi "premiada" com o gene da humildade, aí não tem jeito. É o tipo da coisa... Dizer que tem humildade e DEMONSTRAR isso nas atitudes do dia-a-dia são duas coisas completamente distintas.
    Adorei o texto!

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  2. Salve, Prof. Ranieri!
    Complicado, né? Sabe um negócio que me estressa? É quando falta humildade E talento. Vejamos o caso da Sabrina Sato. Outro dia, esteve no aeroporto de Confins, tratou todo mundo que se aproximou dela feito cachorro, abriu mão de qualquer traço de simpatia e educação. Imagina uma peste dessas se tivesse algum talento? Porque até o presente momento, só sei que ela tem um corpão, um carrapato na testa e só. Fora o show do Paulo Betti, ao ser entrevistado pelo Oscar Filho, do CQC: "eu não vejo você, você é que me vê, porque eu sou a estrela"... Tem casos em que sandália da humildade ainda é pouco. O Falabella pelo menos reviu a besteira, né?
    Obrigado pela visita!

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  3. Fala, André!

    Pelo teu comentário no "imprensamineira" não percebi que cê não era cruzeirense. Me surpreendi depois! Cê escreve muito bem e expõe claramente teus pontos de vista. A comemoração do Kléber é polÊmica. Eu ficava puto com o Guilherme mandando a torcida do Cruzeiro calar a boca nas quartas-de-finais do Brasileiro de 99, mas entendia a validade do gesto.

    Quanto ao post: Detesto esse seriado ridículo e sem graça. Detesto esse mala do Miguel Falabela também. Mas é louvável a atitude dele diante da situação. Reconhecer um erro é encarado como uma humilhação. Assim como não prevalecer num debate de opiniões. Eu já revi minhas idéias e mudo de opinião constantemente. Acho isso uma das pouquíssimas virtudes que eu tenho e admiro as pessoas capazes disso.

    Abç, irmão.

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  4. Salve, Hugo!
    Pois é, sou atleticano. Mas já a bastante tempo faço parte da turma que prega a paz. Prefiro perder de 5 todo ano e não perder mais nenhum amigo em briga de torcida, sabe? Infelizmente, sou minoria, mas tá bom. Futebol tem que ser esporte, fraternidade. E entre amigos tem que ter piada, zoação, diversão. Saber vencer e saber perder são conceitos que não podem ser deixados de lado, né? Até porque a torcida briga, discute, hostiliza... e os jogadores e dirigentes ganham milhões por ano, sem nem saber que torcedor existe. Costumo dizer sempre: nunca vi um jogador ou dirigente de futebol em enterro de torcedor. Tenho pena daquele povo lá de São Paulo, que mal pode sair a rua usando camisa de time... triste, isso. Mas, você, eu e todo mundo podemos fazer a diferença. Isso é o que importa. E parabéns pelo equilíbrio dos teus comentários no Imprensa. Um belo exemplo a ser seguido.
    Qto ao post, é isso aí: não adianta ser um gênio, se o sujeito não souber reconhecer os próprios erros. Nisso, Falabella mandou bem. Tem gente que não tem senso (vide Netinho enfiando a porrada no Vesgo, por exemplo), e se acha mais importante que todo mundo. Uma pena... Obrigado pela visita!!

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