07 junho 2009

A Grande Família: a grande jogada da Globo


Olá, amigo leitor! Estamos de volta!

Ao citar a boa produção do seriado Força-Tarefa, falei também naquele que o antecede na grade global, A Grande Família. Recordemos dois momentos importantes que envolvem este magnífico programa.

Pelos idos de 2001, a Globo ofereceu ao telespectador duas opções de humor em formatos que andavam sumidos da telinha. As quintas feiras, A Grande Família, reedição adaptada do sucesso de 1972. Nas noites de sexta, Os Normais. Não me alongarei falando em Os Normais, que apesar de excepcional, saiu da grade em 2003 - consta que por decisão dos autores, que gostariam de sair do ar enquanto estavam no auge, evitando o profundo desgaste sofrido pelo arrastar de temporadas de "Sai de Baixo" (que teve duas ótimas temporadas quando nasceu, e depois chegou ao fundo do poço, na minha opinião).

A Grande Família, entretanto, não só permaneceu no ar, como garantiu um nível de qualidade excelente. A versão 2001 deste programa, nascido na década de 70, trazia mudanças sensíveis, dentre as quais:

- Lineu, originalmente interpretado por Jorge Dória, deixou de ser um veterinário mal remunerado, tornando-se fiscal sanitário na pele do impagável Marco Nanini.
- Nenê continuou dona de casa, mas assumindo uma faceta sensivelmente mais passional, dando o tom que diferencia sua personagem, hoje a cargo de Marieta Severo, da original interpretada por Heloísa Mafalda.
- Tuca, originalmente interpretado por Luis Armando Queiroz), deixou de ser hippie pra se tornar um filho malandrão, e agora está a cargo de Lúcio Mauro Filho (filho de um ícone do humor nacional, o mestre Lúcio Mauro)
- Junior, o filho politizado, frequentemente usado pelos autores para criticar o regime vigente na época deixou de existir. Sua faceta política hoje se reflete na consciência do próprio Lineu. Aliás, Junior era interpretado por Osmar Prado, que hoje me mata de rir na pele de Manu (Caminho das Índias)
- Bebel (originalmente Djenane Machado, depois substituida por Maria Cristina Nunes), continua lá, mas na versão atual não economiza no stress (e sem trocadilhos) interpretada por Guta Stresser, em sua estréia na TV.
- Agostinho (primeiro por Paulo Araújo), deixou de ser garçom de motel. Tornou-se taxista as custas do antigo carro de Lineu. Mais malandro impossível, e a tarefa abissal de carregar este personagem fantástico está nas mãos de Pedro Cardoso, um dos atores mais inteligentes, competentes e completos que eu já vi. Aliás, não perca nenhuma entrevista de Pedro Cardoso, este sujeito sempre tem o que dizer, e vale a pena.
- Finalmente, Floriano, o avô. Originalmente interpretado pelo saudoso Brandão Filho, existiu na versão atual na pele do igualmente saudoso Rogério Corrêa, falecido em 2003.

A versão atual de Grande Família ganhou novos personagens, novos enredos... e em relação ao excelente programa produzido em 70, ganhou ainda mais qualidade. Temos aqui um programa para a família brasileira, um dos poucos oásis de qualidade e comprometimento no humor brasileiro. O leitor que tiver a oportunidade de assistir episódios da série original, não deverá perdê-la. E o que puder, dedique a noite de quinta feira a este excelente material. A Grande Família é pimenta em quantidades industriais nas noites da concorrência, e sem a menor sombra de dúvida, Pimentas no Reino recomenda!

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